O Senado retoma o julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff na manhã desta sexta-feira, 26. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, já está no plenário do Senado e aguarda a chegada do senador Renan Calheiros para iniciar a sessão, que estava marcada para começar às 9 horas. O quórum mínimo para abrir a sessão é de quatro parlamentares e, pelo menos 12 senadores, já são vistos em plenário.
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A sessão de hoje será dedicada a ouvir e questionar seis testemunhas apresentadas pela defesa. Cada depoimento poderá levar até 12 minutos e, se não terminar nesta sexta, poderá avançar pelo fim de semana.
Serão sabatinados o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, a ex-secretária de Orçamento Federal, Esther Dweck, o advogado Ricardo Lodi, o ex-secretário executivo do Ministério da Educação no governo de Dilma Rousseff, Luiz Cláudio Costa, e o consultor jurídico Luiz Mascarenhas Prado.
A base de Michel Temer vai tentar pedir a suspeição, e a consequente dispensa, de três das seis testemunhas da defesa. O objetivo é correr com o processo e encerrar a fase de interrogatórios ainda nessa Sexta-feira.
Um pedido de suspeição já foi feito, o da ex-secretária de Orçamento Federal, Esther Dweck. A testemunha foi contratada para trabalhar no gabinete da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é parte da tropa de choque de Dilma. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) alegou que não haveria isenção por parte da depoente.
Lewandowski, afirmou que a questão "é séria e com fundamento", mas só irá responder quando a testemunha for chamada para depor, como prevê o regimento. Os senadores da base de Temer dizem que é possível que a própria defesa peça a saída de Esther do rol de testemunhas, por considerar que sua posição como funcionária de Gleisi foi muito negativa para a defesa.
A base deve pedir ainda a suspeição das testemunhas Ricardo Lodi e Luiz Gonzaga Belluzzo. De acordo com a senadora Ana Amélia (PP-RS), Lodi, que é professor de direito e advogado, tem procuração para representar a presidente afastada e não poderia testemunhar. Já o economista Belluzzo foi considerado um especialista pelos senadores da base, que acreditam que ele não deve depor por não ter relação direta com os fatos.
Lewandowski já negou anteriormente o pedido de impugnação de duas testemunhas da defesa sob o argumento de que seriam especialista. O ministro preferiu mantê-las no rol de depoimentos.
A defesa minimizou a possível suspensão de suas testemunhas. "Nenhuma testemunha da defesa é tão fundamental como o procurador Julio Marcelo de Oliveira era para a acusação", disse o advogado de Dilma José Eduardo Cardozo, em referência à testemunha da acusação que foi tida como suspeita e depôs apenas como informante.
Na leitura da defesa, o primeiro dia de julgamento foi muito ruim para a acusação, que perdeu sua testemunha mais importante.