A ex-presidente argentina Cristina Kirchner manifestou nessa segunda-feira (29) seu apoio à presidente Dilma Rousseff - que enfrenta a fase final do processo de impeachment - com uma "carta urgente à América do Sul" que denuncia uma estratégia contra os governos populares na região.
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"É uma estratégia dura e pura para a região contra os governos nacionais, populares e democráticos, e sobre seus líderes políticos", escreve Kirchner, acrescentando que "qualquer coincidência (do que ocorre no Brasil) com o que aconteceu e acontece em nosso país não é casualidade".
A ex-presidente peronista de centro esquerda e aliada de Dilma quando as duas governavam seus respectivos países, publicou nas redes sociais uma carta que lhe enviou ao ex-presidente e "amigo" Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Na longa carta à sua "querida amiga", Lula informa sobre a "gravíssima situação política e institucional que vive Brasil", e afirma que desde a reeleição de Dilma, em 2014, os grupos de poder na oposição "torpedearam de maneira sistemática os esforços do governo para redefinir a política econômica no sentido de resistir ao crescente impacto da crise internacional e recuperar o crescimento sustentável".
"Criaram um clima artificial de beco sem saída político e institucional, com efeitos profundamente nocivos sobre a vida do país", afirma Lula em sua carta, que qualifica o processo de "impeachment de inconstitucional e completamente arbitrário".
Kirchner considera que "trata-se de voltar ao passado de pobreza e mediocridade para as grandes maiorias em benefício do imenso poder econômico de alguns poucos".