O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público Federal (MPF), afirmou que o esquema de corrupção investigado pela operação envolvia um caixa geral do qual podiam sacar valores o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
Leia Também
Para Dellagnol, esse caixa envolvia o pagamento de propinas da empreiteira OAS em contratos celebrados com a Petrobras. "Lula, Dirceu e Vaccari tinham controle sobre a distribuição de valores e podiam sacar valores desse caixa geral", comentou o procurador, durante coletiva de imprensa em Curitiba (PR).
O investigador apontou também que a corrupção envolvendo Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) no esquema buscava arrecadar recursos para campanhas presidenciais e outras da legenda. "Criava-se um colchão de recursos a serem usados em campanhas presidenciais e outras", disse.
O procurador disse ainda que Lula não fez nada para cessar o "megaesquema" de corrupção da Petrobras, como teria o poder sendo ele o elo comum entre empreiteiras e agentes políticos que se corromperam com o pagamento de propinas.
A força-tarefa afirma que há evidências que Lula nomeou os altos cargos da administração no governo do PT, especialmente os diretos da Petrobras investigados na Lava Jato.
Dallagnol ainda acusou o ex-presidente de agir de forma "dissimulada" para desqualificar a operação e a defesa de Lula de agir com diversas tentativas para embaraçar as investigações
Prisões
O procurador afirmou também que não há excesso de prisões na operação Lava Jato. "As prisões estão sendo feitas e utilizadas de modo parcimonioso", afirmou.
Segundo números apresentados, há 239 pessoas denunciadas atualmente e 21 estão presas. Dos presos que ainda não sofreram sentença criminal, o número é de oito acusados.
Ele ainda rebateu críticas de que há abuso na operação. "As críticas são absolutamente genéricas que tornam impossível a defesa. Em que situação especifica houve abuso?", declarou. Ele destacou que os acusados contam com "mais de 600 dos melhores advogados criminais do País" e que há amplo acesso a recursos.