O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) criticou, na manhã desta terça-feira (11), em entrevista ao programa Passando a Limpo da Rádio Jornal, a PEC do teto de gastos públicos aprovada nesta segunda-feira (10). Ele foi um dos 111 deputados que votou contra a medida e acredita que, apesar de necessária, a validade da PEC é excessiva. A PEC, aprovada por 366, define que as despesas da União só poderão crescer, nos próximos 20 anos, até o limite da inflação do ano anterior. “O remédio tá certo, discordamos da dose que esse remédio vem sendo aplicado, porque pode não apenas de debelar a infecção pode matar o doente”, explicou.
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O socialista acredita que a atividade parlamentar demanda mais que estar sempre certo ou errado e disse que o seu partido se preocupa com a situação do Brasil e do possível congelamento da desigualdade. “Uma dona de casa quando vê que o as contas começam a desandar, ela sabe o que fazer para preservar o mínimo essencial daquela família. O Brasil além de gastar muito, gasta mal. Os analistas econômicos dizem que em vamos estar no azul em 2020, pra quê colocar um teto para 20 anos?”, questionou.
Para Tadeu, se a medida obtiver sucesso é preciso distribuir as receitas dos dividendos. “Se não, todo excedente do esforço dos brasileiros para sair do buraco que se encontra, vai ser pagar juros da dívida”, corroborou.
De acordo com o deputado, o partido e ele são totalmente favoráveis à associação ao setor privado para fazer o crescimento que o Brasil precisa, desde que as questões sociais sejam pensadas: “Aprovamos a quebra do Petrobras a exploração do pré-sal. Se diz muita asneia, toda a proposta que for feita, é feita para a Petrobras, e não tivemos nenhum problema em aprovar. Já que a Petrobras não tem recursos para explorar. Mas a gestão de um país não é só visão de mercado”.
Questionado sobre o alinhamento do PSB com o discurso de partidos como o PT e o Psol, Tadeu Alencar foi enfático em dizer o partido não quer estar alinhado com a visão de mercado “que pouco fala com o combate da desigualdade do Brasil”, mas nunca quis se abraçar com a visão neoliberal. “Inclusive a Dilma não fez porque não teve força política”, afirmou sobre a PEC do teto de gastos.