EX-DEPUTADO

Relembre as investigações que culminaram na prisão de Eduardo Cunha

O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília

JC Online e editoria de Política
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Publicado em 19/10/2016 às 12:35
Foto: Agência Câmara
O ex-presidente da Câmara dos Deputados foi preso nesta quarta-feira (19) em Brasília - FOTO: Foto: Agência Câmara
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Considerado um dos principais protagonistas do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), o ex- deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) foi preso preventivamente nesta quarta-feira (19). O peemedebista assumiu a presidência da Câmara quando derrotou o petista Arlindo Chinaglia (PT) e Júlio Delgado (PSB). A escolha aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2015. Após ter o mandato cassado, Eduardo Cunha perdeu o foro privilegiado e passou a ser investigado pelo juiz Sérgio Moro, que assinou o pedido de prisão.

O primeiro ano de mandato de Cunha foi marcado por discussões acaloradas, projetos polêmicos, investigações complexas e denúncias de corrupção na Operação Lava Jato. Dois meses depois de eleito, Cunha entrou na mira do Supremo Tribunal Federal (STF). 

 

MORO

 

 

No dia 6 de março, o ministro Teori Zavascki autorizou a investigação de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras e derrubou o sigilo da lista de investigados. Entre eles, estavam Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Primeiro baque do deputado.

Contas na Suíça

No mesmo mês, Cunha prestou depoimento na CPI da Petrobras e negou ter contas no exterior. A declaração foi dada meses antes de vir à tona investigação aberta pelo Ministério Público suíço, que apontou a existência de contas no nome dele no país europeu. O caso complicou a discurso do deputado e o que está o levando para a prisão.

Meses depois, o lobista Julio Camargo, que assinou acordo de colaboração premiada, afirmou em depoimento à Justiça Federal que foi chantageado pelo então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e pagou a ele US$ 5 milhões em propina em 2011 para garantir a continuidade de um contrato bilionário com a Petrobras. 

Mesmo atingido, o deputado continuou a protagonizar o processo de impeachment contra Dilma. A batalha começou a entrar na reta final, em setembro de 2015, quando Cunha recebeu o aditamento ao principal pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.

Enquanto ele trilhava o caminho do afastamento da petista, as autoridades traziam à tona denúncias. No fim do ano passado, autoridades da Suíça enviaram ao Brasil dados de contas secretas que, segundo a Procuradoria-Geral da República, eram dele e de seus familiares. O caso colocou Cunha, a mulher, Cláudia Cruz, e a filha no olho do furacão.

As revelações contra o deputado e as contas secretas culminaram com a entrada de dois partidos - PSOL e Rede - com representação no Conselho de Ética da Câmara contra Cunha por suposta quebra de decoro parlamentar. A motivação foi o fato dele ter mentido em depoimento à CPI da Petrobras.

Afastamento e cassação

No final do ano passado, o presidente da Câmara sofreu nova rasteira, quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal o afastamento de Cunha do cargo de deputado federal e, consequentemente, das funções na presidência da Casa. A justificativa foi que Cunha tentou obstruir investigações criminais.

Cunha tornou-se réu no STF em março, por dez votos a zero. O julgamento decidiu pela abertura de processo criminal contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

No entanto, mesmo com todo o desgaste enfrentado, Cunha conseguiu manobrar e orquestrar um movimento na Casa que culminou com a votação do impeachment no dia 17 de abril. A oposição conseguiu somar 342 votos. 

O tombo veio um mês depois, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato, determinou o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Casa. Com isso, Cunha perdeu o foro privilegiado e passou a ser investigado pelo juiz Sérgio Moro.

O processo foi transferido para a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná, onde passou para as mãos do juiz Sérgio Moro, que assinou o pedido de prisão. Cunha deve ser levado para Curitiba ainda na tarde de hoje.

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