Mais novo prisioneiro da Lava Jato na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) almoçou na quinta-feira, 20, arroz, feijão e macarrão na marmita. Usou garfo e faca de plástico. Acostumado a tomar vinhos caros - conforme consta dos lançamentos em seu cartão de crédito -, tomou suco concentrado.
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No primeiro dia de custodiado, por ordem do juiz federal Sérgio Moro, Cunha recebeu advogados. O ex-presidente da Câmara, cuja prisão provocou apreensão no mundo político por causa de uma eventual delação, passou isolado sua primeira noite na cadeia em uma cela de 12 metros quadrados, sem acesso aos colegas de cárcere.
Preso em Brasília, Cunha chegou à Superintendência da PF, em Curitiba, às 17 horas de quarta-feira, 19. "Ele está bastante tranquilo. Os advogados vinham trabalhando há algum tempo, todos os cenários eram possíveis e vão ser tomadas todas as medidas para se combater a decisão (de prisão)", disse Marlus Arns, advogado recém-contratado pelo peemedebista.
Rotina
Na quinta-feira, 20, às 9 horas, Cunha foi levado ao Instituto Médico-Legal para exame, procedimento usual. Escoltado por policiais encapuzados e armados, o deputado cassado, ao deixar o IML, reclamou. "É um absurdo", disse ao ser questionado por jornalistas sobre sua prisão.
Na carceragem, o ex-parlamentar foi mantido separado - até no banho de sol - de outros presos da Lava Jato, como o doleiro Alberto Youssef e o empreiteiro Marcelo Odebrecht.
No "serviço de quarto" da carceragem estão incluídos ainda café com leite e pão com manteiga. Na cela, ele dispõe de uma cama de concreto e colchonete, privada e pia de metal.
'Sem chão'
A prisão de Cunha deixou sua família em estado de choque, de acordo com relatos de antigos aliados do peemedebista que falaram com sua mulher, a jornalista Cláudia Cruz, e a filha dele, Danielle Dytz da Cunha. Segundo eles, as duas choram e dizem estar desesperadas com a prisão.
Cláudia e Danielle também são alvo da Operação Lava Jato e estão na mira do juiz Moro. Amigos de Cunha dizem acreditar que uma eventual prisão das duas poderia acelerar as negociações para um acordo de delação premiada. "Elas estão sem chão, sozinhas no mundo. Perderam tudo", afirmou um aliado de Cunha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.