Almoço

Temer não descarta ter sido 'grampeado'

Em almoço realizado com a cúpula do PSDB nesta sexta-feira (25), Temer comentou sobre a possibilidade de ter sido gravado por Calero durante uma reunião

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Publicado em 25/11/2016 às 20:23
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Em almoço realizado com a cúpula do PSDB nesta sexta-feira (25), Temer comentou sobre a possibilidade de ter sido gravado por Calero durante uma reunião - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
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Em almoço realizado com integrantes da cúpula do PSDB nesta sexta-feira (25) em Brasília, o presidente Michel Temer não descartou a possibilidade de ter sido gravado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero. “O Temer comentou da possibilidade de ter sido gravado por Calero. E lamentou o episódio”, afirmou um dos tucanos presente no encontro. “Ele tentou não transparecer, nem tocou diretamente nos motivos da saída do Geddel, mas percebia-se ali um clima de tensão”, disse um outro integrante do PSDB, sob condição de anonimato.

 

Em meio às conversas, segundo relatos, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tentou amenizar o clima lembrando que “não é fácil ser presidente”. Temer e FHC sentaram lado a lado na mesa do almoço e também se reuniram a sós pouco antes de iniciarem a refeição. 

Após conversar com o ex-presidente, Temer também teve uma conversa “ao pé de orelha” com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG). 

A refeição foi acompanha por vinhos de São Joaquim (SC) levados pelo líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC). “Estou tentando convencer o presidente de que os vinhos catarinenses são melhores”, brincou Bauer. No brinde feito antes do início do almoço, Temer agradeceu o apoio do partido e elogiou a atuação dos atuais ministros do PSDB no governo. 

O almoço realizado no Palácio do Alvorado ocorreu poucas horas depois de Geddel Vieira Lima ser exonerado da Secretaria de Governo. A queda do ministro ocorreu após vir a público trecho do depoimento, realizado à Polícia Federal, em que ex-ministro da Cultura Marcelo Calero afirma ter recebido pressão do presidente Temer para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador. Calero disse aos investigadores ter gravado conversas sobre o assunto. Foram alvo do "grampo" além do presidente e de Geddel, o chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. No depoimento à PF, Calero narrou ter recebido pressão de vários ministros para que convencesse o Instituto do Patrimônio Histório Nacional (Iphan) a voltar atrás na decisão de barrar o empreendimento La Vue, onde Geddel diz ter adquirido um apartamento vizinho a patrimônios tombados, em Salvador.

Boato

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse que a Polícia Federal está "analisando os boatos" sobre a existência de uma suposta gravação feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de conversa dele com Temer. Moraes não confirmou que o áudio existe. 

O ministro participou nesta sexta-feira de encontro do procuradores-gerais de Justiça de todo o País na sede do Ministério Público Estadual de São Paulo. "Não falo em tese. Estamos analisando e verificando se os boatos são verdadeiros, se há essas gravações. O próprio ministro Calero emitiu nota e não deixou claro se houve gravações. O primeiro ponto é: houve ou não? Houve de quem e o que fala? Antes disso é uma especulação muito grande", disse.

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