RIO DE JANEIRO

Procurador: corrupção praticada por Cabral contribuiu com crise no Rio

Na decisão em que prendeu Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal avaliou o 'custo-corrupção'

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Publicado em 07/12/2016 às 14:18
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Na decisão em que prendeu Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal avaliou o 'custo-corrupção' - FOTO: Foto: Antonio Cruz/ABr
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O procurador da República, Leonardo Cardoso de Freitas, disse que a corrupção praticada pelo ex-governador Sérgio Cabral agravou a crise financeira que vive o Estado do Rio. O governo calcula o rombo nas contas deste ano em R$ 17,5 bilhões. Segundo a denúncia, apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) nessa terça-feira (6) no âmbito da Operação Calicute, o grupo de Cabral teria desviado R$ 224 milhões em obras públicas com diversas empreiteiras como na reforma do Maracanã, o Arco Metropolitano e o PAC das Favelas. Cabral está preso desde a deflagração da Calicute, no último dia 17.

"Gostaria de ressaltar a importância desse caso para mostrar como é necessária e urgente que se combata a corrupção no Brasil", disse Freitas, em entrevista coletiva do grupo de procuradores do MPF do Rio que participam da força-tarefa da Operação Lava Jato. A Calicute é um desdobramento da Lava Jato.

Organização criminosa

Segundo Freitas, o Estado do Rio foi "assolado por uma organização criminosa que praticou extensos atos de corrupção narrados na denúncia". "Este mesmo Estado que hoje vive uma crise aguda, que, sem dúvida nenhuma, seria menor se toda essa corrupção e desgoverno que acompanha essa corrupção não tivessem sido praticados nesse passado recente", afirmou o procurador.

Na decisão em que prendeu Cabral, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, escreveu também que "com a corrosão dos orçamentos públicos, depreciados pelo 'custo-corrupção', toda a sociedade vem a ser chamada a cobrir seguidos rombos orçamentários". "Aliás, exatamente essa é a razão que levou o governador do Estado do Rio de Janeiro em exercício a decretar, no dia 17 de junho deste ano, o estado de calamidade pública devido à crise financeira", escreveu o juiz.

 

 

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