A Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta sexta-feira (14) que a decisão pela extradição do italiano Cesare Battisti é "perfeitamente possível do ponto de vista constitucional". Após o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a prisão do italiano, o presidente da República Michel Temer decidiu extraditá-lo nesta sexta. Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos nos anos de 1970, está em 'local incerto e não sabido' e é considerado foragido.
"Eu requeri ontem a prisão preventiva para fins de extradição e o ministro Luiz Fux a concedeu. Essa (a decisão do presidente Temer) é uma prerrogativa do presidente em exercício do cargo. É perfeitamente possível do ponto de vista constitucional", disse Raquel em evento que ocorre na sede da Procuradoria-Geral da República em Brasília.
Em manifestação feita pela chefe da PGR em março, dentro do processo de Battisti, Raquel já havia afirmado que o presidente da República poderia rever a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2010 negou extraditar o italiano.
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Questionada ainda se a liminar de Fux bastaria para o caso, não sendo obrigatória a análise pelo plenário da Suprema Corte, a chefe da PGR respondeu que a decisão individual do ministro é suficiente. "Para fins de extradição é bastante porque já houve decisão anterior do STF sobre o assunto", respondeu.
Em 2009, o STF julgou procedente o pedido de extradição feito pela Itália três anos antes, mas deixou a palavra final para o presidente da República. Foi quando Lula negou entregar Battisti ao país italiano.
Defesa
Nesta sexta-feira, a defesa de Battisti recorreu da decisão de Fux. Os advogados pediram que o ministro revogue a ordem de prisão contra Battisti, ou suspenda até que o plenário decida sobre seu caso. Um último pedido é para que Fux leve o recurso apresentado nesta sexta para o plenário da Corte ainda em 2018.