ELEIÇÕES 2018

Ata aponta Gustavo Bebianno como responsável por repasses nas eleições

A ata foi de uma reunião realizada em julho de 2018. Na época, Gustavo Bebianno era o presidente interino do PSL

JC Online
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Publicado em 14/02/2019 às 21:18
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A ata foi de uma reunião realizada em julho de 2018. Na época, Gustavo Bebianno era o presidente interino do PSL - FOTO: Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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A ata de uma reunião da Executiva Nacional do PSL realizada em 11 de julho de 2018 mostrou que o atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, foi definido como responsável pelos repasses das verbas públicas aos candidatos nos estados nas eleições do ano passado. Na época, o ministro era presidente interino do PSL e responsável pela campanha de Jair Bolsonaro. Na reunião também foram decididos os critérios para a distribuição do dinheiro.

Após a divulgação da suspeita de laranjas no PSL nas eleições de 2018, Bebianno se defendeu e disse à Folha de S. Paulo nessa terça-feira (12) que trabalhava para a eleição de Jair Bolsonaro. "A responsabilidade cível e criminal é bem dividida. É dos diretórios regionais. A mim competiu trabalhar para a eleição do presidente. Para eleição dos deputados estaduais, federais, senadores e governadores, cada diretório montou sua chapa e conduziu", afirmou.

No entanto, apesar da declaração defensiva do ministro, consta na ata que houve uma votação. "O senhor presidente colocou em votação e ficou decidido, por unanimidade, que caberá ao Presidente da Comissão Executiva Nacional do PSL decidir sobre a distribuição dos recursos". Na ata, assinada por Bebianno, também aponta os critérios para serem seguidos na distribuição da verba. "Levando em consideração a prioridade de reeleição dos atuais mandatários, a probabilidade de êxito nas candidaturas, bem como a estratégia político-eleitoral do partido em âmbito nacional".

De acordo com a Folha de S. Paulo, também foi formalizado que, "para que o candidato receba recursos do fundo eleitoral, deverá fazer requerimento formal, por escrito, à presidência da comissão executiva nacional".

Suspeita de laranjas

A Folha apurou que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, patrocinou um esquema de candidaturas de fachada em Minas Gerais. A quantidade de verba foi alta, segundo a Folha, mas juntas, as candidaturas não receberam nem 2.000 votos.

Além do esquema em Minas, outra reportagem revelou que o segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Luciano Bivar, criou uma candidata laranja em Pernambuco. Maria de Lourdes Paixão, candidata a deputada federal, foi a terceira maior beneficiada com a verba no País, com R$ 400 mil, mas recebeu apenas 274 votos. A candidata recebeu o dinheiro quatro dias antes das eleições, no dia 3 de outubro.

Maria de Lourdes ficou atrás apenas de Luciano Bivar e do delegado Waldir.

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