PREVIDÊNCIA

Bolsonaro discute com Mourão e ministro ajustes finais no projeto dos militares

A ideia é que o presidente bata o martelo sobre o assunto até o início da tarde desta quarta

Da redação com Agência Estado
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Publicado em 20/03/2019 às 11:42
Foto: Alan Santos/PR
A ideia é que o presidente bata o martelo sobre o assunto até o início da tarde desta quarta - FOTO: Foto: Alan Santos/PR
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Atualizada às 12:56

O presidente da República, Jair Bolsonaro, discute na manhã desta quarta-feira (20) os ajustes finais da proposta de previdência dos militares, que deve ser encaminhada ao Congresso ainda nesta data, segundo previsão do governo. Estão na reunião com Bolsonaro no Palácio da Alvorada o vice, Hamilton Mourão, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo. A proposta está marcada para ser protocolada às 14:30.

O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), deixou a reunião pouco antes do fechamento deste texto, mas disse que o presidente da República ainda discute a proposta.

Somente depois que houver uma decisão sobre o texto final do projeto é que alguma autoridade será designada a falar com a imprensa.

Já deixaram o Alvorada o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, o ministro da Secretaria de Governo, Alberto Santos Cruz, e os comandantes da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar Antônio Carlos Moretti Bermudez, do Exército, Edson Leal Pujol, e da Marinha, Almirante de Esquadra Ilques Barbosa Júnior.

Críticas

Sob críticas a generais e ao governo de Jair Bolsonaro (PSL), a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) realizou na última segunda-feira (18) uma audiência pública para tratar sobre a entrega da Reforma da Previdência dos militares à Câmara dos Deputados, marcada para a próxima quarta-feira (20), em Brasília. Liderada pelo deputado estadual Joel da Harpa (PP-PE), o tom do debate foi de negação sobre possibilidade de mudanças na previdência estadual para policiais e bombeiros militares.

Em uma audiência que durou mais três horas, deputados estaduais de Pernambuco e parlamentares de outros estados, além de representantes de sindicatos, tomaram a palavra e, por muitas vezes, lembraram que a classe militar ficou surpresa ao saber que o governo Bolsonaro concordou pela aprovação da reforma da previdência para militares. 

"Toda essa questão da PEC o Temer trouxe, mas ele não permitiu e recuou. E agora jamais que os militares esperavam isso de Bolsonaro. Como é que se entra em um movimento todo para poder elegê-lo, ele (Jair Bolsonaro) não colocou isso em campanha. Alguém o viu defendendo? O Guedes defendia. Jogar isso (proposta da reforma da previdência para os militares) dessa forma agora é algo muito agressivo", cravou o deputado federal Subtenente Gonzaga (PDT-MG). 

O ponto de vista crítico com relação ao Governo Federal também veio por parte de Joel da Harpa, que lançou-se como 'amigo dos PMs', antes de ser amigo do capitão reformado. "Os militares são os mais prejudicados em todos os estados. Aqui nessa Casa sempre teremos o mesmo comportamento, independente do Governo Federal, do governo estadual ou das forças ocultas que querem barrar os nossos discursos. Levo a informação para Bolsonaro, um grande amigo como ele mesmo se colocou, que sou mais amigo da tropa do que do presidente", disse Joel. 

"Os generais querem mostrar serviço para a população deixando os PMs sem previdência. Eu sou do PSL, partido do presidente, mas também sei criticar os aliados. Então eu afirmo que não podemos deixar que os militares paguem por uma conta que não é deles. O momento é de união", completou o deputado estadual Cabo Gilberto Silva (PSL-PB).

O vice-presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra), Heder Martins Oliveira, seguiu o tom de crítica de Gilberto Silva e lembrou do ex-ministro da Segurança Pública no governo do ex-presidente Michel Temer, Raul Jugnmann. Segundo ele, o pernambucano 'segurou a reforma' para que não acontecesse, e assim, não punisse os militares. 

"Quem está mandando nas nossas previdências são os generais. Lembro muito bem que Jugmann segurou a reforma. Agora o que ocorre? Vamos botar para a frente. Decidiram por nós e não fomos chamados", lamentou o vice-presidente da Anaspra. Ainda segundo Heder, na última semana foi encaminhada um pedido de audiência para o Bolsonaro. O objetivo seria discutir as possíveis mudanças e barrá-las na Câmara. 

Viagem aos EUA

Bolsonaro chegou dos Estados Unidos no início da manhã. Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), ele recebeu o texto antes de embarcar de volta ao País e passou parte da viagem analisando duas versões do texto.

A ideia é que ele bata o martelo sobre o assunto até o início da tarde para que o projeto seja protocolado por volta de 14h30.

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