TENSÃO

Em grupo do PSL, líder critica e depois ameniza relação com Maia

A manifestação do líder do governo na Câmara é mais um capítulo da turbulenta relação entre Executivo e Legislativo

Estadão Conteúdo
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Publicado em 25/03/2019 às 11:17
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
A manifestação do líder do governo na Câmara é mais um capítulo da turbulenta relação entre Executivo e Legislativo - FOTO: Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados
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Diante do clima tenso entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), usou o grupo de WhatsApp do partido para criticar a chamada "velha política", logo após visitar o presidente. "Nosso presidente está certo e também convicto de suas atitudes", escreveu Vitor Hugo.

"As práticas do passado não nos levaram ao caminho em que queremos estar. Todos nós, em particular do PSL, somos agentes para ajudar a mudar a situação em que nos encontramos", escreveu "Temos a possibilidade de escolher de que lado estar... somos todos a nova política."

Vitor Hugo encaminhou duas mensagens com referência a supostas negociações de cargos nos governos Michel Temer e Dilma Rousseff em troca do apoio do Congresso pela aprovação da reforma como exemplos de "velha política".

A discussão no grupo ao longo do dia foi intensa. Deputados reclamaram que só o DEM tem espaço na Esplanada e protestaram pela falta de proximidade com o governo. A manifestação do líder do governo na Câmara é mais um capítulo da turbulenta relação que Executivo e Legislativo estão passando depois que Maia cobrou um maior empenho do governo para a aprovação da reforma da Previdência.

Irritado com ataques de bolsonaristas nas redes sociais, Maia disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o governo é um "deserto de ideias". O presidente rebateu dizendo que o perdoava "pela situação pessoal que vive" - numa referência a prisão do padrasto da mulher de Maia, o ex-ministro Moreira Franco.

No fim da tarde, Vitor Hugo voltou a publicar no grupo. Desta vez em um tom mais apaziguador, com referência à importância de Maia para a aprovação da reforma da Previdência. "O apoio do Maia é importante para a aprovação da Nova Previdência e também do pacote de lei anticrime. Ele mesmo tem sinalizado que cabe ao governo montar sua base e queremos crer que o PSL é pedra fundamental nesse processo", afirmou.

Ele contou que esteve reunido ao longo da semana com Maia e que também conversou com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. "Nesse momento tenso, precisamos buscar pontes."

Deputado de primeiro mandato, mas com experiência técnica na Câmara, Vitor Hugo tem trabalhado para vencer a falta de vivência política para exercer a função de líder do governo. Ele convocou uma reunião da bancada para esta terça-feira (26). A reportagem tentou contato com o deputado mas não teve retorno.

Nova e velha política

Já o líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), criticou a articulação política do governo e afirmou que "é um grande equívoco continuar fazendo essa diferença entre nova e velha política". Ao Estadão/Broadcast, Waldir avaliou que Bolsonaro e Maia estão numa "acirrada disputada pelo nada". "O governo não precisa de oposição nesse momento. As ações de algumas pessoas do Executivo e do Parlamento criam um tsunami maior do que qualquer pessoa."

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