Nesta terça-feira (26), a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) postou em seu perfil no Twitter uma defesa da efeméride comemorando o 31 de março de 1964, convencionado como data de aniversário do golpe militar -- historiadores dão conta de que o regime começou, de fato, no dia 1º de abril daquele ano. A celebração foi sugerida pelo presidente Jair Bolsonaro no último domingo (24), orientando para que o dia fosse relembrado nos quartéis.
Hasselmann, que é líder do governo na Câmara, escreveu em sua postagem que a comemoração do aniversário do golpe militar seria uma “retomada da narrativa verdadeira da nossa história”. Confira o tweet.
A partir deste ano, o Brasil irá comemorar o aniversário do 31 de março de 1964. A data foi incluída na ordem do dia das FFAA e cada comandante decidirá como deve ser feita. É a retomada da narrativa verdadeira de nossa história. Orgulho???????? #Selva pic.twitter.com/SbkeIm7kAn
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) 26 de março de 2019
No entanto, nem sempre a hoje deputada pensou assim. Usuários da rede social encontraram outras postagens de Hasselmann, dessa vez criticando o golpe que derrubou o presidente João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos. Os posts foram publicados no ano de 2014.
Em uma das postagens, Hasselman chegou a chamar o período de “passado nebuloso”.
50 anos do golpe militar: se não fosse assim: Da Carta Capital / Menalton Braff O passado é nebuloso ... https://t.co/0ESLvF5bMw #espiala
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) 24 de março de 2014
Ação popular
Leia Também
Nesta terça-feira (26), o advogado Carlos Alexandre Klomfahs requereu à Justiça, por meio de uma ação popular, que a Presidência da República se abstenha de comemorar a data. "Muda-se o governo prossegue o drama. Há reiterado problema incontornável quanto à violação à moralidade administrativa", afirmou no documento.
Na segunda (25), o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Santana do Rêgo Barros, informou que a inclusão da efeméride na ordem do dia das Forças Armadas já foi aprovada por Bolsonaro. A participação do presidente nos eventos de comemoração do golpe, contudo, ainda não foi confirmada.