O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, detido desde abril de 2018 por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, disse que Jair Bolsonaro é um "doente" que pretende resolver os problemas do Brasil através das armas, em entrevista concedida nesta sexta-feira (10) à rede BBC.
"Ele é um doente que acha que o problema do Brasil se resolve com arma. O problema de Brasil se resolve com livro, com escola", declarou Lula na sede da Polícia Federal, em Curitiba.
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Declarações
A crítica ocorre ao final de uma semana na qual Bolsonaro firmou um decreto concedendo o porte de armas a diversas categorias, como caminhoneiros, advogados, deputados, vereadores e até certos jornalistas.
Exaltado, o ex-presidente declarou que "pelo bem do Brasil" espera que Bolsonaro aprenda a guiar o país. "Em vez de ficar falando bobagens, ele deveria falar que vai terminar o mandato melhor do que o Lula".
"Ele corre atrás dos filho para apagar um incêndio a cada dia, não sei como funciona a família, mas o que se apresenta publicamente é um negócio incontrolável", disse o ex-presidente.
Lula, 73 anos, fez uma autocrítica ao admitir que "as vezes lamento não ter sido mais incisivo com a Dilma para fazer algumas coisas".
"Uma pessoa cheia de confiança como a Dilma, na hora que o carro começa derrapar nem sempre tem a tranquilidade de parar e falar: peraí, vamos parar, vamos ouvir, vamos conversar".
Sobre a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio-2016, o presidente opinou que "foi uma oportunidade mal aproveitada", porque "o Brasil já estava tomado pelo ódio".