O presidente Jair Bolsonaro disse acreditar, em entrevista à Rádio Bandeirantes neste domingo (12), que o Congresso não vai deixar caducar a Medida Provisória da Reforma Administrativa (MP 870/2019), que trata da reorganização dos ministérios, "caducar". "Ter mais sete ministérios aqui ninguém aguenta", disse. A MP - que diminui o número de ministérios de 29 para 22 - caduca em 3 de junho e, se não for aprovada até lá, todas as fusões de pastas feitas até agora serão desmanchadas.
Mas o presidente admitiu, contudo, que há a possibilidade de recriação de dois ministérios, o das Cidades e da Integração Nacional, que, com a MP, foram colocados juntos na pasta de Desenvolvimento Regional.
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Questionado sobre a possível indicação do ex-ministro Alexandre Baldy, hoje secretário de Transportes na gestão João Doria (PSDB) em São Paulo, para o futuro Ministério das Cidades, Bolsonaro disse que recebeu "informe nesse sentido." No governo de Michel Temer, Baldy comandou o ministério.
Bolsonaro lembrou que já tem ministros políticos em seu governo: o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, indicada pela Frente Parlamentar da Agricultura (FPA), e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, indicado pela bancada da Saúde.
Coaf
Sobre o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que foi retirado do Ministério da Justiça e enviado novamente ao Ministério da Economia na comissão mista que analisou a MP, o presidente disse que, na votação no plenário, o Coaf "tem tudo para voltar para as mãos de Moro". "Sugerimos que o Coaf ficasse com Moro para que ele tenha mais facilidade em trabalhar com a lavagem de dinheiro."
Mas o presidente sugeriu que não haverá grandes problemas se o Coaf voltar para Economia, já que o ministro Paulo Guedes e Moro poderão trocar informações. "O que não pode é vazar informações do Coaf. No ano passado, vazou muita coisa ao arrepio da lei." No ano passado, um relatório do Coaf identificou movimentações financeiras atípicas do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL/RJ).
Mais Médicos
Na entrevista, Bolsonaro ainda negou que tenha sido responsável pelo fim do programa Mais Médicos. "Quem acabou com os Mais Médicos não fui eu. Eles resolveram bater em retirada. Antes de eu assumir, o ditadorzão de Cuba chamou a galera de volta", afirmou.
Segundo Bolsonaro, a única exigência agora é a realização do Revalida, exame nacional exigido por formados no exterior que queiram exercer a medicina no país, para que seja possível confirmar se os profissionais que ficaram no país são efetivamente médicos. "Temos aproximadamente dois mil médicos cubanos que não temos comprovação se são médicos ou não. Se não passar no Revalida, médico não vai ser."