Participante do encontro com governadores na reunião do conselho deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), nesta sexta-feira (24), o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), afirmou que é preciso torcer para que o governo Bolsonaro acerte nas escolhas, senão, 'muitos pagam'.
"Eu sou governador e tem que trabalhar institucionalmente para que o governo dê certo. Ele (Bolsonaro) não tem acertado muito até agora, mas vamos torcer para que ele acerte, porque quando o governo erra muito todos pagam", disse.
O emedebista ainda afirmou que não sabe o que poderá ser esperado do evento desta sexta. "A gente não sabe direito qual anúncio vamos ver. O que atende a expectativa dos governadores é agenda para novos investimentos e reforma da Previdência. O Brasil não pode parar esperando ter a reforma da Previdência. Todos somos a favor da reforma, não somos a favor da retirada dos direitos dos mais pobres", cravou.
"O Brasil precisa que seja feita a reforma da Previdência, que eleve a idade mínima, que combata privilégios. Agora, o que o País não pode, é que tenha uma agenda única, não é um samba de uma nota só", acrescentou Renan.
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Agenda
O encontro faz parte da agenda do presidente que começou no Recife, onde o capitão reformado participa da reunião do conselho deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O colegiado fará a apresentação do Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste e do projeto de lei que o instituirá, a ser encaminhado ao Congresso Nacional.
Ainda na capital pernambucana, Bolsonaro se reúne com os governadores da região e de Minas Gerais e Espírito Santos, que também fazem parte da Sudene. À tarde, o presidente vai para Petrolina, onde entrega um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida. No fim da tarde, a previsão é que ele deixe o Nordeste e siga para o Rio de Janeiro.
Governadores
Com um discurso alinhado, os governadores nordestinos vão colocar na mesa a necessidade de concluir obras de infraestrutura que se arrastam, além de atrair novos investimentos e estruturar o futuro da região que, na avaliação deles, está baseado na educação. O governador Paulo Câmara (PSB) destaca a necessidade de diálogo entre os gestores da região para garantir conquistas. “Acabamos de fazer um consórcio regional para facilitar a compra de medicamentos para equacionar o desabastecimento e evitar prejuízo a vida das pessoas”, diz o socialista.
Na avaliação do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), é preciso concluir obras que permitem uma integração regional, como os investimentos complementares da Transposição do São Francisco e uma definição sobre como fica a Transnordestina. “O plano regional é importante para evitar que cada Estado faça ações pontuais ao invés de pensar em projetos estruturantes que possam ajudar a todo o Nordeste brasileiro”, defende, listando as intervenções em rodovias, investimentos em logística, ferrovia e recursos hídricos.
O governo baiano aposta na retomada dos investimentos. “A nossa principal reivindicação é que finalmente possamos ver retomados os investimentos no Nordeste. Há um instrumento da Sudene, o Fundo de Incentivo ao Financiamento a Infraestrutura do Nordeste, que inclui apoio a empresas que queiram se instalar na região, além de financiamento para obras estruturais”, observa o governador Rui Costa (PT).