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Denúncias contra Bivar irritaram Bolsonaro, dizem aliados

O dirigente da legenda está sendo acusado de ter apresentado à Câmara Federal e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) notas ficais frias

Estadão Conteúdo
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Publicado em 08/06/2019 às 21:30
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O dirigente da legenda está sendo acusado de ter apresentado à Câmara Federal e ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) notas ficais frias - FOTO: Bobby Fabisak/JC Imagem
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As novas denúncias envolvendo o presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE), irritaram o presidente Jair Bolsonaro, que tem demonstrado preocupação em ter sua imagem arranhada pelos sucessivos escândalos envolvendo o partido. Aliados do mandatário avaliam a possibilidade de forçar a saída do parlamentar do comando da sigla, mas parte da bancada do PSL no Congresso se articula para barrar o movimento.

De acordo com reportagens da revista 'Crusoé' e do jornal 'Folha de S. Paulo', Bivar apresentou à Câmara e ao Tribunal Superior Eleitoral notas fiscais de duas empresas que vendem esse tipo de documento. O deputado não respondeu às tentativas de contato feitas pelo Estado.

Na manhã deste sábado, Bolsonaro discutiu o assunto com o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e os advogados Karina Kufa e Antônio de Rueda. Kufa atuou na defesa do presidente durante as eleições e advoga para o PSL nacional, já Flávio e Rueda presidem o diretório do PSL do Rio de Janeiro e de Pernambuco, respectivamente. O encontro ocorreu no Palácio do Alvorada e durou cerca de duas horas.

Segundo deputados e interlocutores do presidente ouvidos pelo Estado, Bolsonaro tem afirmado não compactuar com as denúncias sobre o PSL. O presidente chegou a dizer ser insuportável pertencer a um partido com escândalos.

Alguns aliados de Bolsonaro defendem que Bivar deixe o comando da sigla. Se isso não acontecer, uma das saídas legais passaria por uma iniciativa dos parlamentares que poderiam protocolar uma representação contra Bivar para convocar uma convenção partidária e realizar novas eleições internas.

Questionado sobre uma possível saída de Bivar do PSL, o presidente desconversou. "Não sei de nada, não", falou a jornalistas no início da noite ao deixar o Palácio do Alvorada em direção à Granja do Torto.

Apesar do desconforto causado pelas suspeitas de irregularidades, a bancada do PSL no Congresso ainda não demonstrou que pretende apoiar o movimento para afastar Bivar do comando.

Deputados afirmaram à reportagem que, no grupo de Whatsapp que reúne a bancada, cerca de 10 deputados apoiaram Bivar e o restante não emitiu opiniões.

Proteção

O deputado Alexandre Frota (PSL-SP) saiu publicamente em defesa de Bivar. "Nunca vou trabalhar para afastar o Bivar. Ele tem todo o meu apoio, até que me provem o contrário. Ele é o meu Presidente. Estamos sob ataque nesse momento e precisamos aguentar, a guerra é para os fortes. Querem tomar o PSL na marra, agora também a Nacional. Já estão tomando a Estadual. O PSL é um barril de pólvora que vai explodir", disse ao Estado.

O líder do governo na Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), esteve com Bolsonaro no Alvorada logo após o encontro dele com os advogados e seu filho. Na saída, afirmou que o partido ainda não se reuniu para discutir os impactos das denúncias.

"Ainda não houve uma reunião do partido após aflorar essas novas denúncias ou suspeitas, mas isso vai ser tratado no partido ao longo da semana. A gente não tem uma posição ainda neste momento, mas a gente confia que pelo fato de as instituições estarem funcionando normalmente ele vai ter possibilidade de defesa e provar aí sua inocência e o partido vai deliberar nos órgãos competentes para tomar a melhor decisão", disse Vitor Hugo.

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