Após o site The Intercept Brasil revelar uma série de conversas de procuradores da Lava Jato e também entre o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, e o hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, os partidos de oposição ao governo irão se reunir para definir a estratégia para entrar com um pedido de convocação do ex-juiz da operação, para fornecer explicações no Congresso. Para valer, o requerimento deve ser aprovado pelos parlamentares. A notícia foi publicada pelo colunista Tales Faria do portal UOL.
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Os deputados e senadores estão antecipando suas viagens a Brasília para se reunirem ainda nesta segunda-feira (10) para bater o martelo sobre a convocação do ministro. O encontro deve acontecer à tarde, já que os parlamentares estão tentando pegar voos em cima da hora. O colunista Tales Faria relatou que líderes do Centrão ouvidos, sob reserva, por ele já indicaram que vão apoiar a convocação de Sergio Moro.
O líder do PSOL na Câmara dos Deputados, deputado federal Ivan Valente (RJ), chegou a anunciar, em seu perfil no Twitter logo após o caso ter vindo à tona, que o partido iria entrar com o pedido na Casa. Além disso, o psolista disse que Deltan Dallagnol seria alvo de uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Diante dos fatos gravíssimos revelados pelo site @TheInterceptBr vamos entrar com as seguintes iniciativas na Câmara: requerimento de convocação para @SF_Moro depor no Plenário e outro para depor na CCJ. Vamos entrar também com representação contra @deltanmd Dallagnol no CNMP.
— Ivan Valente (@IvanValente) 10 de junho de 2019
A equipe jurídica do PSOL já começou a trabalhar no documento que embasará o pedido de convocação.Segundo uma fonte no partido, há a possibilidade dele ser assinado por todos os partidos de oposição.
Conversas vazadas
Entre as mensagens que foram reveladas pelo site The Intercept, está um diálogo entre Moro e Dallagnol sobre operações da Lava Jato que iriam ser deflagradas. O então ministro sugere a inversão de ordem das operações.
Por meio de nota, a Força Tarefa do Ministério Público Federal (MPF) afirma que “antes da apresentação de denúncias são comuns debates e revisões sobre fatos e provas, de modo a evitar acusações frágeis em prejuízo aos investigados.”