No dia em que marca a leitura do parecer da reforma da Previdência, o presidente da Comissão Especial da matéria, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), confirmou na manhã desta quinta-feira (13), que estados e municípios ficaram de fora do relatório e terão a possibilidade de serem inclusos apenas quando a matéria for para a votação na Câmara dos Deputados. Para que isso ocorra, Ramos disse os gestores precisam fazer um gesto de comprometimento antes que vá ao plenário.
"Nós decidimos votar o relatório e colocar o destaque dos estados e municípios em plenário. Até para que os governadores que dizem que são contra, mas pedem aqui no privado para incluir os estados e municípios, deem demonstrações claras e públicas de que são a favor, e que ainda garantam que seus deputados votem a favor da matéria", cravou o presidente em entrevista à Rádio Jornal.
Para isso, Ramos explica que os governadores precisam mobilizar suas bancadas. "Os governadores na votação do relatório em plenário, vão fazer um gesto de comprometimento com a reforma, mobilizando suas bancadas para aprovarem a favor e em havendo esses gestos deles, haverá uma atitude sensível nossa de no destaque reincluir estados e municípios", acrescentou.
Ao longo da entrevista, Marcelo Ramos destacou que a matéria como está, será de grande importância para os brasileiros. Como exemplo, deu exemplos dos regimes previdenciários dos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
"O Brasil vive uma crise fiscal tremenda e é preciso fazer alguma coisa. Estados como Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro já demonstraram que não adianta manter benefícios elevados e aposentadorias precoces e chegar uma hora que não vai ter dinheiro para pagar ninguém. Nós não vamos cometer irresponsabilidades para preservar a nossa geração e comprometer as gerações futuras", disse.
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Maior economia
Quando questionado sobre valores, o presidente da Comissão Especial da reforma afirmou que as mudanças que houveram na proposta original entregue pelo governo, resultará em uma economia maior que a União esperava. De acordo com Ramos, o governo federal previa uma quantia de R$ 800 bilhões e a Câmara terá a possibilidade de aprovar um relatório entre R$ 850 bilhões a R$ 1 trilhão.
"A proposta do relator ficará entre R$ 850 bilhões a um R$ 1 trilhão. Muito provavelmente ela incluirá a cobrança de uma alíquota extra dentro de 5% dentro da contribuição social sobre lucro líquido dos bancos. Isso garantirá a compensação de algumas medidas que foram necessárias para construir o acordo", explicou.
"Nós vamos entregar ao governo como resposta uma economia maior do que seria entregue com a proposta original do governo, já que nós não vamos dar a ele custos da transição para o regime de capitalização. Acho que a melhor proposta é aquela que tem possibilidade de ser aprovada", completou.
Sobre as críticas que anda recebendo sobre a matéria como está, o parlamentar fez questão de lembrar que a proposta não era sua e que com "a calibragem do relator", ela ganha mais força no momento da aprovação.
Ouça a entrevista na íntegra:
Acompanhe ao vivo a leitura do parecer:
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