Prestando esclarecimentos para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal sobre as mensagens lhe atribuídas em conversas com procuradores da Lava Jato, o ministro Sergio Moro afirmou que algumas partes das conversas vazadas lhe causam 'estranheza' por não lembrar ter dito o que foi apresentado no vazamento, pelo site The Intercept nos últimos dias. Segundo o ex-juiz, as mensagens poderiam ter sido "parcialmente adulteradas".
"Eu saí do Telegram e não tenho essas mensagens para afirmar se são autênticas ou não. Tem algumas coisas que eventualmente posso ter dito. E algumas que me causam estranheza. Mas vejo que podem ser parcialmente adulteradas. Por isso, desde o início sempre nos referimos como supostas mensagens, pois não tenho como verificar a legitimidade de material", afirma Moro.
Em sua explicação, Moro destacou que a clonagem de seu celular para explicar o vazamento das informações. "Eu não uso o Telegram desde 2017. Em princípio o conteúdo do meu celular não foi acessado, pelo menos não temos evidências até este momento. Entreguei o celular à PF e aparentemente este grupo criminoso tem este método de clonar aparelhos e entrar em aplicativos como o Telegram", acrescentou.
O primeiro inscrito para falar foi o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que questionou sobre a imparcialidade do ministro, entre outros temas. "Não deveria o juiz manter-se equidistante das partes?. Para preservar sua imagem de super herói o senhor não deveria se afastar? É verdade que aceitou ser ministro da Justiça com a promessa de que seria ministro da Suprema Corte, isso não seria corrupção? E se for mentira, o presidente Bolsonaro mentiu?", perguntou o senador.
Quando o tempo do Weverton acaba, Moro responde que não conseguiu anotar todas as perguntas e que afinal foram muitas realmente. Em seguida, esclarece sobre a entrega do celular para a PF. "Não tenho mais essas mensagens, não lembro de mensagens que mandei um mês atrás, querem que eu lembre de mensagens que mandei dois anos atrás", afirma.
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Segundo a presidente da CCJ, senadora Simone Tebet (MDB-MS), a reunião deverá contar com reforço na segurança. Moro terá 30 minutos para fazer sua exposição inicial. Em seguida, os senadores inscritos, intercalados por ordem de partido, terão cinco minutos para réplica.
O ministro terá o mesmo tempo para resposta e, depois, os parlamentares terão prazo máximo de dois minutos para réplica e tréplica. Simone disse que as regras de condução foram definidas seguindo as normas regimentais e que a lista de inscrição dos senadores será aberta às 9h, mesmo horário em que a reunião foi convocada.