O presidente da República, Jair Bolsonaro, reconheceu nesta sexta-feira (21) que o governo vinha enfrentando dificuldades na articulação política com o Congresso, mas procurou poupar o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, de críticas. Após ter passado nesta semana a articulação política de Onyx para o general Luiz Eduardo Ramos, que ocupa a Secretaria de Governo, Bolsonaro também reconheceu nesta sexta que teve que retornar ao modelo do governo anterior.
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"Quando nós montamos aqui, no primeiro momento, por inexperiência nossa, houve, tivemos algumas mudanças nas funções de cada um que não deram certo", disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Planalto. "Então, em grande parte, retornamos ao que era feito em governo anterior."
Bolsonaro disse ainda que o governo tinha "problemas na articulação política, sim", mas garantiu a permanência de Onyx na Casa Civil. Nas mudanças promovidas por Bolsonaro, Onyx passou a ser responsável pela coordenação do Plano de Parceria de Investimentos (PPI), programa responsável pelas concessões de infraestrutura e por tocar privatizações. "Onyx está fortalecido com o PPI", afirmou.
O novo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, major da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Antonio de Oliveira Francisco, esclareceu, após o pronunciamento de Bolsonaro, como deve ficar a articulação política do governo agora.
Segundo ele, a Secretaria de Governo, comandada agora por Ramos, fará a articulação do governo para fora. A Casa Civil, do governo para dentro, enquanto a Secretaria Geral vai ficar com a área de gestão.
Drones
O presidente Jair Bolsonaro esclareceu também que a autorização do uso de esquadrões de drones para enfrentar criminosos ficará para o segundo momento e não deve entrar no projeto que o governo prepara para dar "retaguarda jurídica" a soldados e policiais em operações de garantia da lei e da ordem (GLO).
"Queremos dar segurança para quem estiver em operação. Já essa questão dos drones deve ficar para um segundo momento. O que queremos é poupar vidas dos soldados nesses enfrentamentos", afirmou após almoço com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.
Bolsonaro não deu prazo para o envio desses projetos ao Congresso Nacional, mas disse trabalhar para enviar o primeiro deles nas próximas semanas. "Só vou autorizar GLO nos Estados se houver retaguarda jurídica. Hoje o soldado tem mais medo de enfrentar um processo do que encarar troca de tiros. Após essas operações, nossos soldados têm que ser condecorados e não processados", repetiu o presidente.