Na madrugada desta sexta-feira (05), a Comissão Especial da reforma da Previdência aprovou, em votação simbólica, um destaque da bancada do DEM que retira policiais militares (PMs) e bombeiros do parecer do relator, Samuel Moreira (PSDB-SP). Para o presidente estadual do MDB, deputado Raul Henry, a decisão "foi uma surpresa". "Para mim foi uma surpresa, porque ela tava incluída ao que diz direito as forças armadas", disse o parlamentar em entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta.
Questionado sobre parlamentares do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, terem sido chamados de 'traidores' por parte da categoria de PMs e bombeiros, Raul afirmou que a sigla é 'desarticulada' e que o presidente neste momento precisa pensar em todos os brasileiros. "O PSL é muito desarticulado internamente. Há muitos conflitos. Eu acho que é uma regra bastante razoável. Me pareceu que o presidente se sensibilizou quando foi chamado de traidor. Eles (PSL) olham que a categoria policial como a base do partido. Eu acho isso muito ruim porque o presidente tem que olhar para todo o País", cravou.
O texto do relator determinava que, até a aprovação de uma lei complementar, esses profissionais deveriam seguir as mesmas regras de integrantes das Forças Armadas.
Sobre a PEC da Previdência que segue para o plenário da Câmara dos Deputados, o deputado pernambucano acredita que o placar irá se repetir na Casa. "Eu acho que a tendência é repetir a votação da Comissão Especial", completou. A votação terminou em 36 a 13.
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Estados e municípios
Ex-vice-governador de Paulo Câmara (PSB), Raul Henry lamentou que a reinclusão de estados e municípios ficou para que seja votada na Câmara Federal. Segundo ele, ainda será difícil que a Casa agregue o pedido a reforma. "Eu pessoalmente sou favor da reinclusão dos estados e municípios. Os governadores erraram, mas também acho que isso não passa no plenário", ressaltou.
Sobre o apoio contrário do socialista à reforma da Previdência, Raul disse que Paulo tem o direito de discordar, mas que agora precisará se preparar para fazer a própria reforma ou esperar que uma nova PEC seja aplicada sobre o tema excluído.
"Eu acho que os governadores na hora de apresentarem os votos, não apresentarem. É uma reforma da País. Todos os estados estão quebrados. O Brasil chegou a um nível que é preciso fazer a reforma. Agora só tem dois caminhos: ou a gente vota uma outra PEC, porque acho que essa que vem é muito difícil incluir. Ou cada Estado precisará fazer a sua reforma, do que jeito que acha que deveria ser feito", explicou o emedebista.
O presidente estadual do MDB continuou e disse que continua respeitando Câmara e que de maneira nenhum as opiniões diferentes o afastaram.
Próximos passos
Agora, a PEC da Previdência segue para votação no plenário da Câmara e, em seguida, para análise dos senadores.
- Discussão e votação da proposta no plenário da Câmara
- Após, o texto é encaminhado para o Senado e analisado na CCJ da Casa
- Em seguida, plenário do Senado discute e vota a PEC
- E caso seja aprovada sem mudanças, a PEC é promulgada pelo presidente do Congresso