Futuro da PGR

'Não é com o governo, é com o Brasil', diz Bolsonaro sobre alinhamento da PGR

Na declaração, Bolsonaro ainda citou os ministros do seu governo

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Publicado em 10/08/2019 às 14:29
Foto: Marcos Corrêa/PR
Na declaração, Bolsonaro ainda citou os ministros do seu governo - FOTO: Foto: Marcos Corrêa/PR
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O presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou, neste sábado (10) que o futuro chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR) não será alinhado com o governo, mas com o Brasil. Ele pretende indicar o próximo titular da PGR na semana que vem. "Não é com o governo, é com o Brasil", respondeu Bolsonaro, quando questionado se o escolhido será alinhado com o governo.

"É igual meus ministros; não estão alinhados comigo. Cada ministro conhece a sua pasta. Agora todos que vieram trabalhar comigo sabiam que eu era contra o Estatuto do Desarmamento, o que eu pensava de tudo, sabiam disso aí."

Na última sexta-feira (9), em entrevista ao Broadcast, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira afirmou que a PGR "se apequenou" com "questão menores". Questionado sobre a declaração, Bolsonaro falou que Oliveira é seu irmão. Ele concordou com o ministro quando este disse que a escolha do PGR será a mais importante do mandato. "Lógico, é igual casamento, né?", disse Bolsonaro.

Opções

Também nessa sexta (9), o presidente declarou ainda que "uns 80" nomes estão no páreo. "Todo mundo está no páreo". Bolsonaro concedeu a entrevista ao lado do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, com quem disse estar conversando sobre a PGR. "Em grande parte eu me aconselho com ele. Eu sou técnico de um time de futebol, ele é um jogador. Então jogador conversa comigo, dá sugestão: 'esse nome talvez não dê certo, aquele seja melhor'."

A atual ocupante do cargo, Raquel Dodge, não integra a lista tríplice eleita pela classe dos procuradores do Ministério Público Federal, mas está na disputa para ser reconduzida ao posto. Seu mandato atual vai até 17 de setembro. Também fora da lista, o subprocurador-geral Augusto Aras, o procurador-regional Vladimir Aras, o procurador regional Lauro Cardoso e o subprocurador Paulo Gonet são outros nomes cotados.

Lista tríplice

A lista tríplice formada após eleição feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e apresentada ao presidente conta com o subprocurador-geral Mário Luiz Bonsaglia, a subprocuradora-geral Luiza Cristina Frischeisen e Blal Dalloul, que foi secretário-geral na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. De perfil conservador, Bonsaglia é o que mais tem chances de ser escolhido dentro dos que estão na lista tríplice.

O chefe do Executivo não é obrigado a indicar alguém da lista tríplice, mas desde 2003 essa tem sido a tradição. A partir de 2001, a ANPR passou a promover a escolha da lista, que representa os nomes preferidos da categoria para o cargo. A lista então é apresentada ao presidente, que tradicionalmente escolhe dali o nome a ser sabatinado pelo Senado Federal antes de assumir o mandato de dois anos à frente da Procuradoria-geral da República (PGR). O mandato é dois anos. Até 2001, a escolha do presidente era feita de forma livre, como ocorre, por exemplo, com os membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

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