O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, compartilhou em sua conta pessoal no Twitter uma imagem com os donos dos dez aviões executivos mais caros financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Alguns gastos de dinheiro público facilitado para caprichos pessoais: JATINHOS", escreveu o vereador. "Determinados nomes explicam muitos comportamentos", acusou.
Embora a lista divulgada por Carlos tenha o título "os donos dos dez jatinhos mais caros financiados pelo BNDES", ela não está ordenada por valores. Nesse contexto, o primeiro nome que aparece é o da empresa Doria Administração de Bens LTDA., que teria comprado um jato executivo no valor de R$ 44,03 milhões em 2010. A empresa pertence à família do governador de São Paulo, João Doria Jr., que vem sendo apontado como um dos eventuais adversários do presidente Bolsonaro no pleito majoritário de 2022, apesar de ter apoiado o mandatário no segundo turno das eleições do ano passado.
Além de Doria, Carlos expôs também o presidente das Lojas Riachuelo, o empresário Flávio Rocha, que também é fundador do Instituto Brasil 200, movimento político que defende a agenda liberal e aponta o livre-mercado como solução para as desigualdades sociais, teria financiado um jato executivo de R$ 55,52 milhões de reais em 2013. O Brasil 200 chegou a ser presidido pela deputada federal Joice Hasselman (PSL-SP), líder do governo no Congresso.
Outro sobrenome conhecido da lista é o dos donos da Brasil Warrant Administradora de Bens, da família Moreira Salles, proprietária do Banco Itaú. De acordo com a imagem compartilhada por Carlos, a empresa foi contemplada com o financiamento da segunda aeronave mais cara da lista, no valor de R$ 75,465 milhões. A JBS S/A, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, teria financiado a compra de um jato de R$ 39,78 milhões de reais com o BNDES.
Confira a publicação
Alguns gastos de dinheiro público facilitado para caprichos pessoais: JATINHOS. Determinados nomes explicam muitos comportamentos! pic.twitter.com/ImtoTObMq4
— Carlos Bolsonaro (@CarlosBolsonaro) August 19, 2019
Doria responde acusação
O governador de São Paulo, João Doria Jr. (PDSB), respondeu às insinuações do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, de que ele teria utilizado dinheiro público para "facilitar caprichos pessoais" ao usar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a compra de uma aeronave no valor de R$ 44,03 milhões em 2010.
Boa notícia para pequenos empresários. Baixamos o limite mínimo para empresas com faturamento anual de R$ 81 mil pleitearem crédito junto à Desenvolve SP. Medida que serve de estímulo ao crescimento dessas empresas e representa uma opção de empréstimo p/ proprietários endividados pic.twitter.com/etTd3JkPxr
— João Doria (@jdoriajr) August 20, 2019
Alguns oportunistas tentam associar um financiamento que realizei junto ao BNDES para compra de uma aeronave, totalmente dentro das regras que o Banco estabelece, como se tivesse feito algo errado.
— João Doria (@jdoriajr) August 20, 2019
Recomendaria que a cúpula do banco focasse nos bilhões emprestados pelo BNDES para obras de “desenvolvimento” em países “companheiros” durante a gestão do PT no Governo Federal e que nunca foram pagas.
— João Doria (@jdoriajr) August 20, 2019
Leia Também
- Bolsonaro transferirá Coaf para o Banco Central via medida provisória
- Bolsonaro assina MP que transfere Coaf para o Banco Central
- 'Não quero submeter meu filho ao fracasso', diz Bolsonaro sobre embaixada
- Indicações para o Coaf eram 100% políticas, diz Bolsonaro
- 'Hoje não chora a família de um inocente', diz Bolsonaro sobre sequestro no Rio