O deputado federal Felipe Carrares (PSB) voltou a se posicionar contrário ao seu partido ao criticar a proposta de aumentar em R$ 2 bilhões o fundo eleitoral destinado às campanhas de 2020. Após desgaste político e em meio à situação crítica dos cofres públicos, o relator da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), deputado federal Cacá Leão (PP-BA) afirmou nesta terça-feira (27) que não irá acrescentar essa questão de aumentar o fundo. Caso fosse aprovado, o financiamento público para os candidatos passaria de R$ 1,7 bilhão para o valor de R$ 3,7 bilhões.
Carreras afirmou que o País tem demandas mais urgentes, e disse que votaria contra essa proposta. “É um absurdo sem tamanho, ainda mais na situação que o Brasil se encontra, com outras prioridades em segurança, educação. Por isso votarei contra”, declarou o parlamentar, que também cobrou um posicionamento da sigla socialista a respeito do tema.“Infelizmente meu partido ainda não definiu essa questão sobre o aumento”, publicou em sua conta no Twitter.
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Procurado pelo JC, o presidente do Diretório Nacional do PSB, Carlos Siqueira, explicou que não houve fechamento de questão sobre o chamado “Fundão”, mas que é a favor o financiamento público. “O aumento é natural, porque em uma eleição municipal seguramente necessita de mais recursos. A verba da eleição passada foi um sufoco extraordinário”, declarou. Sobre os parlamentes, assim como Felipe Carreras, que mantém um posicionamento mais crítico, o dirigente afirmou que compreende a situação, mas disparou: “Não vamos fechar questão sobre isso porque é algo que está ligado a princípios. Qualquer um que votar contra, não pode receber o recurso, quando ele for aprovado, por uma questão de coerência”. Com a tese de que nas eleições municipais o número de candidatos é maior se comparado as eleições estaduais e federal, um novo valor ainda pode ser estabelecido durante a votação do Projeto de Lei Orçamentária para 2020.
DISSIDENTES
O destino dos 10 parlamentares socialistas que votaram a favor do texto-base da reforma da Previdência, aprovado na Câmara dos Deputados, será definido nos próximos dias 30 e 31 de agosto. O Diretório Nacional do PSB convocou uma reunião para tratar do assunto, após a conclusão do relatório da Comissão de Ética - o partido havia fechado questão sendo contrário ao projeto. Da bancada federal pernambucana, Felipe Carreras foi o único a votar a favor da reforma, afirmando que votou com convicção e seguindo seus princípios. Os dissidentes correm o risco de serem expulsos da legenda.