O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 27, que não existe nenhuma intenção de que a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) - que substituirá o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) - tenha apenas funcionários do BC ou de fora do governo.
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"É preciso um conjunto de pessoas de diferentes origens para se realizar os relatórios de inteligência financeira", disse em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Ele repetiu que a ideia de abrir o Coaf para pessoas de fora do governo foi dele, com o objetivo de trazer quadros de tecnologia. "A intenção não e politizar o Coaf, pelo contrário, é deixa-lo mais técnico", completou.
Blindagem
O presidente do Banco Central repetiu que a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao colocar a UIF no BC foi blindar o órgão. "Grande parte dos procedimentos realizados pelo Coaf foram criados pelo BC. Então o BC conhece bem o tema e tem funcionários a bastante tempo no Coaf", respondeu.
Ainda sobre a citação da ideia dele de abrir a UIF para pessoas de fora do governo, ele comentou: "Talvez a redação da MP não tenha sido a ideal, mas eu queria trazer pessoas de tecnologia."
E completou: "O governo inclusive foi contra. A ideia foi minha. Não tem nada a ver a possibilidade de indicações políticas, atém mesmo porque eu não tenho capacidade de fazer indicações políticas."
O presidente do BC esclareceu ainda que o regulamento do Grupo de Ação Financeira Internacional (Gafi) não obriga o Coaf a estar abaixo de um ou outro órgão específico. "O Gafi diz que Coaf tem que ter a maior autonomia possível", concluiu.