O presidente Jair Bolsonaro questionou o resultado da pesquisa do instituto Datafolha divulgado nesta segunda-feira, 2, com registro de aumento na sua reprovação de 33% para 38% em dois meses. "Alguém acredita em Datafolha? Você acredita em Papai Noel?", respondeu o presidente a jornalistas ao ser questionado sobre os números. Ele falou com a imprensa na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã.
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Em seguida, indagado sobre o fato de ter dito que números de pesquisa anterior sobre garimpo em terras indígenas faziam sentido, ele falou que "de vez em quando, quando a pesquisa não é política, há tendência de fazer a coisa certa".
Mais cedo, pelo Twitter, Bolsonaro voltou a criticar o instituto de pesquisa. Ele publicou uma imagem de setembro de 2018 na qual o presidenciável Fernando Haddad (PT) possuía 45% do votos no segundo turno, o que acabou não se confirmando. "Segundo o mesmo Datafolha que diz que eu seria derrotado se as eleições fossem hoje, eu perdi as eleições de 2018. Muito confiável!", escreveu o presidente na rede social.
- Segundo o mesmo Datafolha que diz que eu seria derrotado se as eleições fossem hoje, eu perdi as eleições de 2018. Muito confiável! ???? pic.twitter.com/EnmTxuXmER
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 2, 2019
Se eleição fosse hoje...
Após oito meses de mandato, o presidente Jair Bolsonaro perdeu popularidade suficiente para, em um cenário hipotético, "ficar atrás" de Fernando Haddad (PT), se o segundo turno da eleição para presidente da República fosse hoje. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada nesta segunda-feira (2), Haddad venceria Bolsonaro por 42% a 36%. Outros 18% votariam branco ou nulo e 4% não souberam responder. A pesquisa ouviu 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios.
Bolsonaro foi eleito no segundo turno da disputa presidencial com 55,13% dos votos válidos (excluídos brancos, nulos e indecisos), enquanto Haddad teve 44,87%. A mesma pesquisa do Datafolha aponta que a reprovação do presidente subiu de 33% para 38% em relação ao levantamento anterior do instituto, feito no início de julho.
Outro número que teve uma mudança drástica foi a aprovação de Bolsonaro. Dentro do limite da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, ela caiu de 33% em julho para 29% agora. A avaliação do governo como regular ficou estável, passando de 31% para 30%.
'Brasil está no fundo do poço por causa dos economistas'
O presidente afirmou que o Brasil está no "fundo do poço" por causa de economistas, e não por sua causa. "O Brasil está no fundo do poço dado aos economistas, e não ao capitão Jair Bolsonaro", declarou também na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro foi questionado sobre a previsão de déficit primário de R$ 124,1 bilhões em 2020, ante a previsão do ministro Paulo Guedes na campanha de zerar o déficit em 2019. "Pergunta para o Paulo Guedes, eu não manjo nada de economia. Nada. Zero", disse. "Quem manjava, a tal de Dilma Rousseff, arrebentou o Brasil", afirmou, citando a ex-presidente petista.