Conversas vazadas

Juiz converte prisão de hackers 'Chiclete' e Molição de temporária em preventiva

Segundo as investigações, os dois presos são suspeitos de integrar a organização criminosa acusada de acessar, sem autorização, o telefone celular de autoridades como o de Sergio Moro

Estadão Conteúdo e EBr
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Publicado em 28/09/2019 às 17:31
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Além dos dados de pessoas físicas, também foram expostas informações sobre mais de 104 milhões de veículos - FOTO: Foto: Pixabay
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O juíz da 10ª Vara Federal do Distrito Federal converteu as prisões temporárias de Thiago Martins, o `Chiclete', e Luiz Molição, detidos na segunda fase da Operação Spoofing, em preventivas. A audiência de custódia dos dois hackers, presos no último dia 19, foi marcada para a tarde da próxima segunda-feira (30) aponta a Assessoria de Imprensa da Justiça Federal do DF.

Segundo a PF, `Chiclete' se encontrou com Walter Delgatti Neto, o Vermelho, em Brasília. Ele já esteve envolvido em um episódio de compra de uma Land Rover com Tulio Guerreiro, ex-jogador de futebol do Botafogo e do Corinthians - a transação não se concluiu.

Já com relação a Molição, a PF acredita ter encontrado uma conversa que aponta para o envolvimento do hacker com o vazamento de mensagens do coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, e o ex-juiz Sérgio Moro publicadas pelo site The Intercept.

Também foram encontradas, segundo relatado pelo procurador da República Wellington Divino Marques de Oliveira na representação pela segunda fase da `Spoofing', `conversas do aplicativo Telegram em que Luiz Henrique Molição instrui Walter Neto (`Vermelho') a enviar uma nota para um jornalista através da conta da deputada federal Joice Hasselmann'.

Walter Delgatti Neto, o `Vermelho', foi preso na primeira etapa da operação e é apontado como líder do grupo. Ele confessou o hackeamento e disse que não cobrou contrapartidas financeiras para repassar os dados. Além de Delgatti Neto, foram presos da primeira fase da Spoofing, no dia 23 de julho, Gustavo Henrique Santos, o DJ de Araraquara, sua mulher, Suellen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques.

O grupo seria responsável pela invasão de celulares pelo menos 1 000 pessoas, entre elas autoridades como o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Justiça Sérgio Moro e os procuradores da Operação Lava Jato, inclusive Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa.

Operação

A primeira fase da Operação Spoofing foi deflagrada no dia 23 de julho e resultou na prisão de quatro suspeitos de hackear o ministro Sergio Moro. Os detidos também são suspeitos de terem interceptado e divulgado parte das comunicações do ministro.

A operação foi batizada de Spoofing, expressão relativa a um tipo de falsificação tecnológica, que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.

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