Na véspera do julgamento que pode mudar o entendimento sobre a prisão após condenação em segunda instância no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro se reuniu com três ministros da Corte: o presidente da instituição, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. De acordo com o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro não vai comentar esses encontros e o assunto não será divulgado.
Segundo o porta-voz, as audiências com os ministros do STF não possuem interesse público. "É uma decisão pessoal do presidente comentar ou não comentar determinadas audiências", justificou. O julgamento desta quinta-feira (17) pode beneficiar milhares de presos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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O ministro Gilmar Mendes afirmou que fez um "apanhado" de informações com o presidente Jair Bolsonaro e que os dois mantêm contato por telefone periodicamente. Gilmar não respondeu se eles conversaram sobre o julgamento da prisão em segunda instância, previsto para ocorrer nesta quinta-feira (17) no Supremo. Os dois se reuniram por cerca de meia hora no Palácio do Planalto, pela manhã.
Em conversa com jornalistas, Gilmar contou, ainda, que teve um encontro com Bolsonaro no jantar de aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), há cerca de uma semana, e que eles combinaram de se reunir novamente. "Recentemente trocamos um ou outro telefone e ele me disse: 'eu vou lá te visitar'. E eu disse 'não, eu vou visitá-lo'", afirmou Gilmar.
Visita de cortesia
O ministro do Supremo evitou comentar o tema da reunião e brincou que eles falaram sobre "nuvens, chuvas". De acordo com ele, foi uma "visita de cortesia". "Fizemos um apanhado... A gente se conhece", declarou à imprensa.
A conversa entre Gilmar e presidente ocorre um dia após o ministro do STF afirmar que o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) virou um "personagem que o Bolsonaro leva para o jogo do Flamengo".