GRAVAÇÃO

Após áudio de Queiroz, Bolsonaro diz que tinha liberdade com ex-assessor

Segundo ele, tratar da demissão de funcionários dos gabinetes de seus parentes é "normal"

Estadão Conteúdo
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Publicado em 28/10/2019 às 8:32
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Segundo ele, tratar da demissão de funcionários dos gabinetes de seus parentes é "normal" - FOTO: Foto: Instagram/@jairmessiasbolsonaro/Reprodução
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Ao comentar o vazamento de áudios atribuídos à Fabrício Queiroz, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 28, que até 2018 "tinha liberdade" para conversar com o ex-assessor de seu filho, o agora senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) sobre diferentes assuntos. Segundo ele, tratar da demissão de funcionários dos gabinetes de seus parentes é "normal". Bolsonaro falou sobre o assunto com jornalistas ao deixar os Emirados Árabes rumo ao Catar.

Em gravações divulgadas pelos jornais Folha de S.Paulo e O Globo, Queiroz diz que Bolsonaro o comunicou sobre a intenção de demitir uma funcionária do gabinete de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), porque haviam suspeitas de que ela não trabalhava efetivamente no gabinete.

Segundo Bolsonaro, Cileide Barbosa Mendes não era uma funcionária fantasma e a sua demissão "não tem nada para espantar". "Até estourar o problema eu tinha liberdade com o Queiroz, conversava com ele algumas coisas. No ano passado, se for ver, no meu gabinete eu mandei embora cinco, seis pessoas. Eu passava praticamente de segunda a sábado fora de casa, comecei a não ter o controle de quem estava no Rio. Exatamente para evitar problema essas pessoas foram demitidas", disse Bolsonaro nesta segunda.

Sobre a situação de Cileide, o presidente disse que ela sabia que não poderia continuar contratada caso ele fosse eleito presidente da República e Flávio Bolsonaro fosse para Brasília. Em seguida, no entanto, ele lembrou que Cileide era funcionária no gabinete de Carlos Bolsonaro, que continua no Rio. Jair Bolsonaro destacou mais de uma vez que a ex-funcionária mora em uma propriedade registrada em seu nome, embaixo do local onde funcionava o seu escritório de apoio.

"Essa específica, a Cileide, ela se formou em enfermagem tem dois anos aproximadamente, fez uma especialização, e ela sabia que não ia continuar conosco porque eu não sendo eleito, o Flávio não eleito (no Rio), (ela) não viria para Brasília. Se bem que ela estava no gabinete do Carlos. Mas é uma mudança normal isso aí, não tem nada para espantar", disse.

"O pessoal quer pegar fantasma e rachadinha. Ela (Cileide) sempre morou ali, a casa é minha, está em meu nome, ela mora ali embaixo", afirmou Bolsonaro.

Caso Queiroz

O nome de Queiroz vem preenchendo a mídia nacional desde o fim de 2018, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou uma movimentação suspeita em sua conta. A tese do Ministério Público é que ela seja fruto de um sistema de repasse de dinheiro do senador Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual do Rio de Janeiro.

A explicação dele foi de que lucrou com a venda carros usados e, depois, disse que recolhia parte do salário dos funcionários para contratar novas pessoas para a equipe do chefe, sem o conhecimento de Flávio.

Além disso, ainda houve uma transação de cheques da conta de Queiroz para a então futura primeira dama, Michelle Bolsonaro, no valor de 24 mil reais. Ele alegou que os depósitos tinham como fim a quitação de um empréstimo pessoal concedido por Jair Bolsonaro a ele.

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