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Filhos de Bolsonaro criticam decisão do STF sobre prisão em segunda instância

''Soltam bandidos e desarmam o cidadão. Pobre do brasileiro'', disse o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)

Estadão Conteúdo e JC Online
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Publicado em 08/11/2019 às 0:27
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
"A culpa pela pandemia de coronavírus no mundo tem nome e sobrenome. É do Partido Comunista Chinês", tuitou Eduardo Bolsonaro - FOTO: Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a prisão após condenação em segunda instância, nesta quinta-feira (7), gerou críticas dos filhos do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) se manifestaram através das redes sociais.

"Soltam bandidos e desarmam o cidadão. Pobre do brasileiro...", afirmou Eduardo. Carlos limitou-se a compartilhar uma publicação do PSOL em defesa da soltura de Lula, acrescentando a expressão "Meu Deus!".

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) destacou que atuará em defesa da aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a prisão em segunda instância. "O movimento de autopreservação de parte da política brasileira não pode prevalecer sobre a vontade do povo. O crime não pode compensar! Precisamos de 308 votos para aprovar a PEC da prisão em segunda instância. Hoje, temos, no máximo, 100 favoráveis. Temos muito trabalho pela frente. Já comecei!".

Carla Zambelli, deputada federal pelo PSL de São Paulo, criticou diretamente o ministro Dias Toffoli, presidente do STF. "É uma vergonha o voto do ministro Dias Toffoli. Uma surpresa, já que ele havia se posicionado, em 2016, pela prisão em segunda instância. Como presidente do STF, deveria se posicionar pelo bem Supremo do Brasil e não tomar uma decisão que pode trazer insegurança jurídica ao País".

Decisão do STF é "infeliz", dizem auxiliares de Bolsonaro

A decisão trouxe uma preocupação adicional ao Palácio de Planalto, que acompanhará mais de perto a evolução das manifestações contra e a favor da possível liberação do ex-presidente Lula.  Dois auxiliares do presidente classificaram a mudança de jurisprudência do Supremo como "extremamente infeliz" e "decepcionante". A expectativa no governo é que o Congresso altere o entendimento, retomando a prisão após segunda instância, mas as apostas são de que os deputados e senadores - muitos alvos de processos - não vão querer mexer nesse vespeiro. A princípio, a ordem do Planalto é não comentar publicamente a decisão do Supremo.

Um ministro palaciano afirmou que a nova interpretação do Supremo já era esperada desde que se soube que o voto de minerva seria do presidente da Corte, ministro Dias Tofolli, que chegou ao Tribunal por indicação de Lula. No entanto, ainda não há sinais concretos de como se comportarão as militâncias dos dois lados a partir de agora. Um dos temores é que apoiadores de Bolsonaro e outros antipetistas contrários à liberdade de Lula possam se articular e tomar as ruas, reforçado o tom das críticas com a nova postura da Justiça em relação a condenados de colarinho branco.

Um outro auxiliar do Planalto é mais otimista em relação aos desdobramentos da aguardada decisão do STF. Para essa fonte, apesar das ameaças de petistas de que o País iria parar com a eventual prisão de Lula, não houve nenhuma "convulsão social" quando o petista parou atrás das grades em abril do ano passado. Para esse interlocutor do presidente Jair Bolsonaro, esse cenário deve se repetir agora, com a provável soltura de Lula.

Os dois integrantes do governo foram unânimes, entretanto, em dizer que, se Lula for libertado, o "barulho" que petistas e apoiadores farão pelo País irá dificultar a governabilidade. Também há dentro do governo um temor pelo futuro da Lava Jato.

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