MADRI, ESPANHA - O escritório da delegação brasileira na Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP25, em Madri, está sem uso. O espaço é uma sala dividida em quatro: há duas menores com uma mesa e três cadeiras e uma área para a realização de reuniões, para oito pessoas. Havia sobre a mesa papéis com um texto de rascunho em inglês com orientações sobre o Acordo de Paris e a data desta quarta-feira (4). A área fica ao lado de escritórios de outros países, como a Austrália, onde se via movimentação.
Há ainda uma recepção com sofá e um frigobar vazio. Na porta, um aviso diz para bater. Porém, no momento em que a reportagem do Jornal do Commercio chegou, por volta das 13h, ninguém atendeu.
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A única movimentação desde o início da COP25, na última segunda-feira (2), teria sido nesta manhã, quando um homem e uma mulher teriam entrado.
Apesar de encontros entre governantes serem na próxima semana, o ministro Ricardo Salles já está em Madri. Apesar dos questionamentos internacionais à política para o meio ambiente após o aumento das queimadas na Amazônia e a crise com o óleo que atingiu as praias do Nordeste. o governo federal quer atrair investimentos na conferência.
O Brasil chegou a ser convidado a sediar a COP25, que é tida como um marco por ser a última antes da implementação do Acordo de Paris. O governo negou alegando questões orçamentárias. O anfitrião, então, passaria a ser o Chile, mas a onda de protestos no país levou à transferência do evento para a Espanha.
Há um estande chamado Brazil Climate Action Hub, onde acontecem palestras e ações. Mas ele foi organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (ICS) e outras organizações para atividades da sociedade civil.
Ao contrário de governos de outros países, o Brasil não conta com um espaço aberto ao público na conferência. Integrantes de organizações também reclamam que o governo não teria dado espaço para a sociedade civil na COP deste ano.
O baiano Paulo Ricardo Brito, de 26 anos, da Engajamundo, e outros membros da organização, se credenciaram através de ONGs parceiras. “O Brasil não teve credenciais”, disse. De acordo com a também ativista Gisele Cavalcanti, 25, até o ano passado a organização participava da COP como delegação através do Itamaraty.
Resposta
O JC entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e aguarda resposta.