Em audiência de custódia realizada no Tribunal de Justiça da Paraíba na manhã desta sexta-feira (20), o ex-governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), teve a prisão preventiva mantida. Coutinho foi alvo da Operação Calvário, deflagrada na última terça-feira (17), e se entregou à Polícia Federal nessa quinta-feira (19), no aeroporto de Natal, no Rio Grande do Norte. Ele havia retornado de uma viagem de férias ao exterior. A PF investiga supostos desvios em contratos da saúde na Paraíba.
Durante a audiência de custódia, Coutinho negou que tivesse envolvido em irregularidades na sua gestão, declarando que seu governo foi "o mais fiscalizado de toda história deste Estado". O irmão do socialista, Coriolano Coutinho, também foi preso na operação e poderá dividir a mesma ala com o ex-governador. Outros dois suspeitos, Gilberto Carneiro da Gama e Waldson Dias de Souza, serão mantidos separados dos irmãos.
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Investigação
A operação Calvário tem como base o depoimento de dois delatores. Eles são a ex-secretária Livânia Farias e o empresário Daniel Gomes, que estava à frente da filial da Cruz Vermelha Brasil no Rio Grande do Sul, e do Instituto de Psicologia Clínica, Educacional e Profissional (Ipcep). Ricardo Coutinho é apontado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) como líder da suposta organização criminosa.
Segundo a decisão, teriam sido desviados R$ 980 milhões para a Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul, entre 2011 e 2019, e R$ 270 milhões para o Ipcep, de 2014 a 2019. O ex-governador afirmou, nas redes sociais, que era inocente e que foi pego de surpresa. Ricardo Coutinho é um dos principais nomes do PSB no Nordeste e é presidente da Fundação João Mangabeira.