Responsável pela primeira condenação de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Operação Lava Jato, o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que o ex-presidente deveria ter saído da prisão só depois de ter cumprido o total da pena. "O correto era sair após cumprir toda a pena. Acho que a revisão do Supremo foi retrocesso", disse Moro em entrevista ao Pânico da Jovem Pan, nesta segunda-feira (27).
Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão no caso do tríplex do Guarujá e a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a condenação e aumentou a pena para 12 anos e 1 mês. Porém, em novembro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) condicionou o início do cumprimento da pena somente após o trânsito em julgado, barrando a prisão após condenação em segunda instância. Com isso, Lula foi solto, após 580 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.
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Segunda instância
Moro ainda disse que vai trabalhar para que o Congresso Nacional reveja e prisão em segunda instância. "Vou ajudar a aprovar a execução em segunda instância, isso transcende a questão do Lula, se você cometeu um crime, você tem de pagar nessa vida, não na próxima", defendeu o ministro da Justiça e Segurança Pública.
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Nos últimos dias, inclusive, Moro foi ao Twitter defender que é preciso retomar a segunda instância por emenda constitucional ou por lei ou por ambos. "Só assim, condenados por corrupção podem ser, na prática, punidos", afirmou.
Combater a corrupção é agenda de País, não só de Governo. Um primeiro passo fundamental é retomar a execução da condenação em segunda instância por emenda constitucional ou por lei ou por ambos.Só assim condenados por corrupção podem ser, na prática, punidos.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 24, 2020