A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro pagará, na próxima semana, R$ 3,4 milhões a 170 perseguidos políticos durante a ditadura militar. Dentre os beneficiados, está a presidente da República, Dilma Rousseff. Ela receberá R$ 20 mil, em cota única, assim como todos os outros requerentes que pediram e tiveram a reparação aprovada pela Comissão Especial de Reparação de ex-presos políticos do Rio. A presidente, entretanto, pediu para que o dinheiro seja depositado diretamente em conta da ONG Tortura Nunca Mais.
A decisão pelo pagamento ocorreu após o presidente da Comissão Estadual da Verdade do Rio, Wadih Damous, pressionar o governador Sérgio Cabral (PMDB). “Essas reparações foram aprovadas há bastante tempo, e o governo não pagava. Parece que havia uma forte pressão para que não fosse feito esse pagamento, um problema de caixa. Nós, então, da Comissão da Verdade, levamos este pleito ao governador Sérgio Cabral, que entendeu o pedido e vai fazer o pagamento”, disse.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do estado, Zaqueu da Silva Teixeira, diz que o mais importante do pagamento não é dinheiro, e sim o pedido de desculpas: — é importante (pagar) porque é o pedido de desculpas para pessoas que sofreram na ditadura. Mais importante do que o dinheiro é o pedido de perdão.
Presa na ditadura, em janeiro de 1970, Dilma pediu indenização a três Estados: São Paulo, Rio e Minas Gerais. O valor total é de R$ 72 mil.
A presidente diz ter deixado São Paulo para ser interrogada em Juiz de Fora e no Rio de Janeiro. Por este motivo, ela requereu a reparação aos respectivos estados.