Justiça

Comissão da Verdade divulga relatório oficial do Caso Padre Henrique

O documento classifica o assassinato do padre como crime político e apresenta a relação das pessoas envolvidas

Do JC Online
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Publicado em 27/05/2014 às 13:54
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A Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara apresentou nesta terça-feira (27) o relatório oficial do Caso Padre Henrique. A data escolhida para a divulgação do documento foi escolhida porque hoje o assassinato do clérigo completa 45 anos. A nova versão sobre o crime, ocorrido em 1969, concluiu que o homicídio teve motivação política e apresenta os nomes dos envolvidos.

Foto: Reprodução

Na época, o sequestro e assassinato do assistente de Dom Hélder foi considerado um crime comum. Mas hoje a comissão apresentou provas documentais, mostrando que no período das investigações desenvolvidas pelo Ministério Público e pela Polícia de Pernambuco houve intervenção do Ministério da Justiça com o o objetivo de sonegar informações."A Comissão, primeiro, prova que o assassinato do padre Antônio Henrique, foi um crime político e apresenta a relação das pessoas que participaram do sequestro e assassinato do padre", explica o relator da comissão, Henrique Mariano. 

Entre os acusados como autores materiais do crim estão: o estudante Rogério Matos do Nascimento, o menor Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues (17 anos na época, sobrinho de José Bartolomeu Lemos Gibson, já falecido, delegado-diretor do Departamento de Investigação da SSP/PE, também envolvido no caso), e os investigadores de polícia Rível Rocha (falecido) e Humberto Serrano de Souza. 

De acordo com Henrique Mariano, o objetivo da comissão é responsabilizar criminalmente os culpados. "A possibilidade de haver uma responsabilidade penal é muito remota, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a Lei da Anistia, anistia todos os agentes do estado, mas este entendimento ainda não transitou em julgado. Existe ainda um recurso pendente em julgamento para responsabilizar penalmente os agentes de estado ainda vivos que cometeram crimes de lesão à humanidade." Se esta meta for alcançada será aplicada ao estudante Rogério Matos do Nascimento, que ainda está vivo. Ele prestou depoimento à comissão em 2012. 

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