O líder do governo no Senado, o pernambucano Humberto Costa (PT), afirmou, em discurso na votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que o Partido dos Trabalhadores vai para a oposição, mas que voltará ao Palácio do Planalto pela porta da frente. Humberto foi o 64º a falar, já na madrugada desta quinta-feira (12), após mais de 16 horas de sessão no Senado.
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“Nem as barbaridades a que ela (Dilma) se sujeitou foram capazes de fazâ-la acreditar que vale a pena deixar de lutar pelo País. Mais uma vez na sua vida, Dilma Rousseff está sendo vítima de um julgamento injusto e mais uma vez a cabeça dessa mulher está erguida”, disse, após mostrar uma foto da petista na ditadura militar, quando ela foi presa e vítima de tortura.
Humberto foi um dos que se mantiveram fiéis à presidente nos últimos meses. Mais cedo, ele já havia afirmado que, com a saída de Dilma, o PT “será o maior partido de oposição do Brasil”. O discurso foi retomado na tribuna. “Nós, do PT, voltaremos a ser o maior partido de oposição do Brasil e não o maior partido de oposicao ao Brasil, como tem sido a prática do PSDB e do DEM, patrocinadores de pautas-bomba nesse Congresso Nacional”, disparou. “Irresponsáveis foram aqueles que votaram aqui e lá (na Câmara) pela pauta-bomba do senhor Eduardo Cunha”, acrescentou. “Isso é o que se chama a plena hipocrisia.”
De acordo com Humberto, o PT vai questionar, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o mérito do crime de responsabilidade que teria sido cometido pela presidente e que justificaria o processo de impeachment e o eventual afastamento dela do cargo.
O petista foi o sucessor de Delcídio do Amaral (sem partido-MS) na liderança do governo. Delcídio foi cassado pelo Senado nessa terça-feira (10); em bastidores se comenta que a votação do afastamento dele, que fica inelegível até 2027, foi a pedido de Dilma, para não tê-lo como algoz. Delcídio foi preso após acusado de obstrução de Justiça ao tentar interferir na delação premiada de Nestor Cerveró na Operação Lava Jato.