O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá nesta terça-feira (19) um de seus mais ardorosos admiradores: o presidente Jair Bolsonaro, o "Trump dos Trópicos", com quem espera inaugurar uma nova aliança hemisférica.
Os dois, populistas de direita e extrema direita conhecidos por sua retórica polêmica, tuiteiros compulsivos e com sintonia em temas que vão do comércio à segurança, vão-se reunir ao meio-dia para um aperto de mãos no Salão Oval, um almoço de trabalho e uma entrevista coletiva conjunta nos jardins da Casa Branca.
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"É o começo de uma associação centrada na liberdade e na prosperidade", tuitou Bolsonaro, ao começar a viagem no domingo. Para os Estados Unidos, o encontro é uma oportunidade histórica de firmar o vínculo com o Brasil, disse o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton.
"Embora tenhamos tentado estar perto do Brasil ao longo dos anos, foi difícil em administrações anteriores", declarou ele à TV Globo, prometendo responder à promessa de Bolsonaro de se aproximar de Washington, especialmente depois dos recentes governos de esquerda.
'Os EUA estão contigo!'
A Casa Branca antecipou um relançamento das relações bilaterais desde a eleição de Bolsonaro em outubro passado. E, para isso, aposta na relação pessoal entre ambos.
"Os dois vão se dar muito bem", garantiu Bolton, que visitou o Brasil para se reunir com Bolsonaro em novembro. Trump não hesitou em confirmar seu apoio minutos após a posse de Bolsonaro em 1º de janeiro: "Os Estados Unidos estão contigo!", tuitou.
"Realmente haverá um eixo Norte-Sul das duas maiores economias do hemisfério ocidental", disse à imprensa um funcionário de alto escalão do governo Trump, para quem a vitória de Bolsonaro "rompeu muitos tabus" sobre a influência dos Estados Unidos na região e na esquerda.
"Vou abrir meu coração"
Bolsonaro disse que a conversa entre ambos se baseará, em grande medida, no processo de ajuda mútua. "Temos muito em comum", disse Bolsonaro na segunda-feira à noite à rede Fox News. "Estou disposto a abrir meu coração para ele e fazer o que for em benefício tantos dos brasileiros como dos americanos", afirmou.
O Brasil deseja ingressar na OCDE, um clube de ricas democracias. E Washington fará todo o possível para ajudar, disse esse funcionário do governo americano, que pediu para não ser identificado.
Segundo a imprensa local, os Estados Unidos também poderão conceder ao Brasil o status de "aliado preferencial fora da Otan". Isso abriria as portas para tecnologia, cooperação e recursos de defesa.
Além das novidades esperadas no plano agrícola e comercial, "a Venezuela certamente será parte da discussão", em particular pelo bom vínculo entre os militares venezuelanos e brasileiros, disse a mesma fonte ouvida pela AFP.
A crise venezuelana também estará no centro da agenda, quando Bolsonaro se reunir, nesta terça, com o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.