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Era o primeiro dia de trabalho, mas Pedro Corrêa faltou

Autorizado a trabalhar em uma clínica privada em Garanhuns, ex-deputado e condenado do mensalão não apareceu. Preferiu não se expor diante da imprensa

Jumariana Oliveira
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Jumariana Oliveira
Publicado em 30/04/2014 às 6:41
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Autorizado a trabalhar em uma clínica privada em Garanhuns, ex-deputado e condenado do mensalão não apareceu. Preferiu não se expor diante da imprensa - FOTO: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
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O movimento na clínica Armando Queiroz Monteiro foi intenso na manhã de ontem. Mesmo já tendo autorização da Justiça para voltar a trabalhar e cumprindo todos os requisitos necessários, o ex-deputado Pedro Corrêa, condenado no processo do mensalão, não compareceu ao primeiro dia de expediente. Na semana passada, o juiz da primeira vara de Execuções Penais, Luiz Rocha, concedeu autorização para o trabalho externo. No Centro de Ressocialização do Agreste (em Canhotinho), onde o ex-parlamentar está cumprindo a pena, todas as etapas para a saída dele também foram cumpridas.

Pedro Corrêa já está usando a tornozeleira eletrônica que é necessária para a sua saída da unidade prisional. Segundo o primo dele, o ex-vereador Clóvis Corrêa, os comunicados oficiais foram emitidos, mas Pedro preferiu não comparecer ao local de trabalho para evitar exposição na imprensa local. O ex-deputado vai trabalhar como médico radiologista, profissão que não exerce há aproximadamente 30 anos, desde quando começou a atuar na política.

A direção do presídio de Canhotinho também confirmou que todos os trâmites foram cumpridos. Após receber o comunicado da Justiça sobre a autorização de Pedro Corrêa, a equipe do Centro de Ressocialização visitou o local de trabalho e concordou com a liberação. O percurso que ele irá fazer até a clínica, que fica localizada em Garanhuns, também já foi traçado no equipamento de monitoramento que será usado por ele todos os dias.

“Pedro está numa situação muito delicada. Ele não queria passar por esse constrangimento com toda a imprensa presente”, alegou Clóvis Corrêa, que lembrou o dia da chegada de Corrêa a Pernambuco. Na ocasião, o ex-parlamentar chegou algemado e o uso do objeto causou revolta da família. O ex-vereador disse que o primo pode começar a trabalhar a qualquer momento, já que não há mais empecilhos legais para o início das atividades. A direção da clínica Armando Queiroz Monteiro disse que não iria se pronunciar sobre o início dos trabalhos. A empresa é particular e não trabalha com planos de saúde, apenas com atendimento particular. Cada raio X custa R$ 110,00. O presidente da empresa é o prefeito da cidade, Izaías Régis (PTB).

Pedro Corrêa foi transferido para o presídio de Canhotinho, que fica a 210 quilômetros do Recife, em janeiro deste ano. Antes de chegar ao local, ele passou dez dias no Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima. O ex-deputado foi condenado a sete anos e dois meses no regime semiaberto pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

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