RECIFE

Após dois anos, atuação de Rodrigo Vidal na SEDA é questionada

Vereador pediu licença do cargo para assumir a pasta de Direitos dos Animais, mas sua gestão não agrada defensores da causa animal

Jumariana Oliveira
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Jumariana Oliveira
Publicado em 22/02/2015 às 9:30
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Depois de sua criação ser marcada pela polêmica, a Secretaria Executiva de Direitos dos Animais (SEDA) continua sendo alvo de questionamentos. Após dois anos de existência, a pasta dá sinais de que não agradou aqueles que estão envolvidos na causa. A secretaria está sob o comando do vereador licenciado Rodrigo Vidal (PDT), que é o principal alvo de críticas dos defensores de animais. Para ativistas da área, o cargo ocupado por Vidal é muito mais político do que técnico.

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Na época em que assumiu, Vidal foi alvo de questionamentos da oposição. O então vereador Raul Jungmann (PPS) – hoje deputado federal - disse que a ida do pedetista para a pasta executiva desrespeitava o que está previsto no Regimento Interno da Câmara e na Lei Orgânica do Recife. O argumento era de que nenhum dos documentos prevê licenças de vereadores para cargos executivos. Com a ida de Vidal para a pasta que foi criada por prefeito Geraldo Julio (PSB), Romerinho Jatobá (PR) assumiu o mandato.

Essa arrumação política é um dos questionamentos dos ativistas. A falta de ações inovadoras também é uma queixa recorrente. A principal ação da secretaria é a castração de animais, mas o serviço já era feito antes da criação da pasta. Outra atividade da SEDA é a feira de adoções, também alvo de questionamentos. No que se refere a estrutura, o principal equipamento relacionado ao assunto ainda não saiu do papel: a construção de um hospital público veterinário.

A enfermeira Ana Carla Alves, que milita na defesa dos animais, destaca que, antes da Seda, as ações de castração já eram feitas pelo Centro de Vigilância Ambiental (CVA), órgão ligado à Secretaria de Saúde. Segundo ela, esse tipo de ação poderia ter mais eficácia se a Prefeitura do Recife adquirisse um castramóvel. Carla questiona a ação disponibilizada pela gestão, que vai às residências em um horário pré-agendado buscar o animal para realizar o procedimento. “A evasão é muito grande. Muitas pessoas agendam e no dia não estão em casa”, disse.

Também militante da causa animal, a advogada Ieda Cristina reclama da formatação das feiras de adoção realizadas pela Seda. Ela destaca que a pasta não faz o acompanhamento dos casos após os eventos, o que gera dúvidas quanto aos cuidados que o animal recebe depois da adoção. “Pelo tempo que já se passou, pelas ações que a gente não vê, pela falta de transparência, a gente chega a conclusão que foi mais um marketing político”, avalia.

Alguns grupos locais também realizam feiras, mas há uma série de critérios, de acordo com a Mel Bezerra, integrante do grupo Liberte. Nessas feiras, os animais devem estar castrados, vacinados e vermifugados e são entregues com um contrato, chamado "Termo de Adoção", o que não estaria ocorrendo nos eventos realizados pela prefeitura.

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