RECIFE

Um ano para a Secretaria de Enfrentamento ao Crack mostrar resultados

Pasta recém-criada será gerida pela vereadora Aline Mariano, que deve concorrer à reeleição. Ela terá que correr para tirar os projetos do papel

Jumariana Oliveira
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Jumariana Oliveira
Publicado em 01/03/2015 às 9:00
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O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), conseguiu, na semana passada, tirar do papel uma ação que envolvia muitas articulações políticas. Depois de um embate acalorado na Câmara do Recife, o chefe do Executivo garantiu a criação da Secretaria de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas. Para comandar a pasta, Geraldo já tinha um nome certo. A vereadora Aline Mariano (PSDB) foi convidada para ocupar o espaço e aceitou, o que gerou desentendimentos no PSDB e o lançamento antecipado da pré-candidatura de Daniel Coelho (PSDB).

O fato tende a atrair ainda mais atenção para as ações da pasta. A gestão terá que provar que a criação do espaço não foi apenas para acomodação política e terá que mostrar resultados concretos em pouco tempo. Aline Mariano inicia as atividades da pasta amanhã e tem que correr para apresentar ações até abril do próximo ano. Isso porque se ela quiser disputar a reeleição para a Câmara, terá que e desincompatibilizar do cargo. Ou seja, a gestão tem pouco mais de um ano para mostrar resultados nesta área.

O enfrentamento ao crack e outras drogas foi um compromisso assumido por Geraldo Julio na campanha de 2012 e está no seu programa de governo. No documento, o socialista disse que a problemática seria uma prioridade da sua gestão. Geraldo prometeu a implantação do programa Atitude para garantir a ampliação do tratamento e atenção aos usuários de drogas. 

Poucos meses depois que assumiu a gestão, em 2013, o prefeito assinou um decreto instituindo o Plano Municipal de Atenção Integrada ao Crack e outras Drogas, propondo uma série de ações para a área. O plano envolve ações de 14 secretarias. Porém, um ano e meio após o seu lançamento, a iniciativa gera questionamentos até de vereadores da base governista.

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Plano de combate à drogas

A gestão ainda não lançou os dois núcleos do programa Atitude prometidos no dia do anúncio do plano. Atualmente, os principais instrumentos para tratamento de viciados são os Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Em novembro de 2013, foi feita a promessa de fazer mais quatro unidades Álcool e Drogas até 2016. Nenhum deles saiu do papel. Também foi prometido que três dos atuais centros seriam transformados em unidades 24h, o que não ocorreu. 

A Prefeitura do Recife faz o contraponto. Responsável pela pasta de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (que gerenciava o plano), a secretária Ana Rita Suassuna destaca que ações importantes foram feitas desde o lançamento do documento. “Instituir o comitê e o plano é um grande passo. A partir disso você já pode traçar metas e prazos. Podemos destacar que zeramos a fila de espera para os meninos que cumprem penas socioeducativas. Quando chegamos aqui, a fila de espera era de 800 adolescentes. Outra ação importante é o programa Trampolim, que tem atividades para as crianças”, afirmou. Ela destacou ainda o aumento no número de leitos integrais (de dez para 24) e a capacitação da equipe da prefeitura. 

Ana Rita admitiu que os Caps não se tornaram 24 horas, como prometido, mas disse que as unidades estão passando por um processo de adaptação na estrutura. Ela ainda destacou que, enquanto o programa Atitude municipal não foi lançado, os usuários de drogras no Recife estavam sendo encaminhados para as unidades que são disponibilizadas pelo mesmo programa desenvolvido pelo governo estadual. 

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