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Ocupe Estelita cerca Câmara do Recife em protesto contra aprovação de plano urbanístico

Manifestantes prometem passar a noite em frente ao prédio do legislativo municipal

Do JC Online
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Publicado em 04/05/2015 às 17:58
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Manifestantes prometem passar a noite em frente ao prédio do legislativo municipal - FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Atualizada às 19h45

Manifestantes do movimento Ocupe Estelita, contrários ao projeto Novo Recife, ocuparam no fim da tarde desta segunda-feira o prédio da Câmara do Recife depois que os vereadores aprovaram às pressas o plano urbanístico para o Cais José Estelita, Cais de Santa Rita e Cabanga. O projeto, que seguiu para a sanção do prefeito Geraldo Julio (PSB), não estava na pauta do dia, mas conseguiu passar pelas duas votações necessárias no Legislativo.

Policiais militares foram deslocados até o local para auxiliar o trabalho da Guarda Municipal, que impede a entrada de novas pessoas no terreno. O batalhão de choque foi convocado para o local. O grupo de manifestantes tem cercado o carro dos vereadores que tentam deixar o edifício. No grupo Direitos Urbanos, no Facebook, os manifestantes pedem que simpatizantes levem água, comida e lençóis.

Segundo as primeiras informações, um manifestante identificado como Daniel Veras foi detido sob acusação de racismo após supostamente xingar uma funcionária. Ele foi levado para o interior da Câmara pela Guarda Municipal e depois saiu de lá em uma viatura da corporação. Segundo integrantes do movimento, uma frase dita por ele foi mal interpretada pela mulher. Ao ser provocado por ela, Veras teria dito que ela também era oprimida por ser "pobre e preta". O manifestante foi encaminhado à Central de Plantões, no bairro de Campo Grande. Os advogados do militante não quiseram dar entrevistas.  

O presidente da Casa, Vicente André Gomes (PSB), ligou para o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. Manifestantes estão cobertos com camisas e máscaras.

O prédio da Casa José Mariano foi fechado durante a votação, apenas alguns manifestantes ocuparam as galerias e bateram boca com Vicente André Gomes. Eles chegaram a jogar um chinelo no plenário. "Quando decidimos fechar as portas um grupo de pessoas já havia entrado. Por precaução, por segurança, não permitimos que mais ninguém entrasse", disse o presidente.

Durante a votação, os vereadores de oposição deixaram o plenário e não votaram, inclusive a vereadora Marília Arraes (PSB). Isabella de Roldão (PDT) chegou a anunciar uma questão de ordem, mas teve o microfone cortado.

O projeto foi aprovado por 22 votos a zero na primeira votação e por 23 votos na segunda, após passar pelas comissões da Casa. "Acho que, em um processo democrático, 22 a zero é razoável. Não dá mais para discutir. O projeto já foi assinado por mim é enviado para o prefeito", afirmou Vicente André Gomes.

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