Antes de se tornar presidente do TRE, o desembargador Antônio Carlos tem na bagagem a experiência de presidir algumas eleições. Entre as comarcas que comandou estão Santa Maria da Boa Vista, Cabrobó, na década de 1990. Ele também foi juiz eleitoral em Garanhuns e membro da Comissão de Fiscalização da Propaganda Eleitoral do Recife em 2006. O desembargador observa com interesse as discussões entorno da reforma política que acontece no Congresso.
Para ele, a proposta de reforma política aprovada pela Câmara dos Deputados não mudou muita coisa. “Não atingiu o objetivo dela. Não se entende como num país como o Brasil existem mais de 40 partidos políticos e ainda querem criar mais”, criticou. Segundo ele, os pequenos partidos não se prestam à cumprir a função social.
O desembargador também faz duras críticas ao poderio econômico. “Espero que com essa situação de hoje, de operações para punir as doações ilícitas de campanha, haja uma mudança. Eu tenho a impressão de que a pessoa que vai fazer a doação vai ficar mais atenta”, pontuou.
Na sua opinião, o voto proporcional no País deveria ser distrital. “O povo elege o candidato, que vai para Brasília. E aí não se sabe mais nada. O eleitor, no distrital, fica mais próximo do seu candidato”, argumentou. Acredita ainda que seria bom um calendário eleitoral unificado, assim reduziria os custos com eleições.
Contudo, se mostra contrário ao voto facultativo. “O Brasil ainda não está preparado. É muito mais arriscado pois fica mais fácil quem tem o poder econômico de fazer a coisa. E outra coisa: num País onde existe alto percentual de analfabeto”, pontuou.