Um dos vice-líderes do governo na Câmara, o deputado Silvio Costa (PSC-PE), partiu para o ataque em plenário contra o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chamando-o de "arrogante, petulante, ditador e burro" ao dizer que ele queria votar as contas da presidente Dilma Rousseff por uma questão pessoal.
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Cunha permaneceu calado durante as críticas e, ao fim do discurso do parlamentar, não fez nenhum comentário.
Costa falou quando a Câmara discutia a votação de contas de ex-presidentes, com o objetivo de abrir caminho para apreciar as contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, que correm o risco de serem rejeitadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).
"Isso é uma questão pessoal e esse seu emocional está errado, vossa excelência vai se dar mal, eu tenho certeza. Esse seu jeito arrogante, petulante, ditador e burro não vai chegar a lugar nenhum", afirmou Costa.
SEM MORAL
O deputado também disse que o TCU não tem "moral" para julgar as contas de Dilma por haver suspeitas contra o tribunal na Operação Lava Jato -o delator Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, disse que pagava ao filho do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, para obter informações privilegiadas do tribunal. O filho, Tiago Cedraz, nega.
Silvio Costa disse ainda estar "se lixando" para Cunha e encerrou o discurso: "Se vossa excelência quer no pessoal, eu vou no pessoal com vossa excelência, não vou aliviar, vossa excelência envergonha essa casa".
O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), também discursou no plenário contra Cunha, defendendo seu afastamento da presidência da Câmara por conta das suspeitas contra ele na Operação Lava Jato.
O lobista Julio Camargo declarou ter entregue US$ 5 milhões de dólares de propina a Cunha. O peemedebista nega e também não rebateu o discurso de Chico Alencar.