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Cunha diz estranhar que denúncia tenha saído em dia de ato pró-governo

Presidente da Câmara se disse inocente das denúncias de corrupção de lavagem de dinheiro

Da Folhapress
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Publicado em 21/08/2015 às 14:27
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Presidente da Câmara se disse inocente das denúncias de corrupção de lavagem de dinheiro - FOTO: Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
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Um dia após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta sexta-feira (21) ser "muito estranho" que a denúncia contra ele tenha ocorrido no mesmo dia em que ocorreram atos em defesa do governo em todo o país.

Dizendo-se "absolutamente inocente", o parlamentar -que participou de evento na Força Sindical, em São Paulo- chamou a denúncia de ilação. "Não há uma única prova contra mim nas páginas da denúncia", afirmou.

"É muito estranho que num dia em que tem evento daqueles que recebem dinheiro público, pão com mortadela [...], querem achar que toda essa lama tenha que ir para o colo de alguém que não participou dela", disse o presidente da Câmara.

"Graças a Deus a gente não tem pena de morte no Brasil", completou Cunha, evangélico. "Senão pediriam a minha morte [na denúncia]." O peemedebista disse ainda que não irá retaliar "quem quer que seja" e reiterou que não há "a menor possibilidade" de renunciar ao cargo que ocupa.

O presidente da Câmara foi recebido no auditório deputado Paulo Pereira da Silva, da Força Sindical, em São Paulo, aos gritos de "Cunha guerreiro do povo brasileiro".

Ao lado do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, Cunha não falou aos jornalistas durante sua chegada, que causou um princípio de tumulto na rua Galvão Bueno, na Liberdade (região central).

'HERÓI'

Em seu discurso, Paulinho referiu-se a Cunha como "a pessoa mais correta que eu conheci na vida" e "herói". Segundo ele, o Executivo federal tenta empurrar a crise política para a Câmara: "A oposição vai devolver a crise para dentro do Planalto, onde sempre esteve".

Ao final de sua fala, Paulinho foi ovacionado, acompanhado de gritos de "Fora, Dilma!".

Diversos líderes sindicais falaram a favor do peemedebista, citando projetos "a favor dos trabalhadores" aprovados após ele assumir a presidência da Câmara.

Ao defender a atuação de Cunha, o presidente nacional da Força Sindical, Miguel Torres, disse: "Pauta bomba quem plantou foi o governo, no final do ano passado".

Integrantes da Força Sindical ecoaram o discurso do próprio peemedebista, dizendo que ele é alvo de perseguição do PT e do Palácio do Planalto. Gritavam: "Ai, ai, ai, agora a Dilma cai" e "Cunha é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo".

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