O governador Paulo Câmara (PSB) foi sintético ao falar sobre o momento econômico vivido por sua gestão: "É aperto, não podemos negar isso. As dificuldades da queda de receitas são muito grandes". Após participar de uma cerimônia de promoção de novos sargentos, o socialista explicou que o Estado terá um ano repleto de adversidades e que os secretários estaduais estão obrigados a reduzir os gastos em suas secretarias. "A gente previu um ano difícil, mas está sendo mais difícil ainda e temos que nos adaptar à realidade. As previsões não são boas", pontuou.
Reforçando o que o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni, falou na última segunda-feira, Paulo Câmara sinalizou que os cortes na "própria carne" podem ser ainda maiores. "Não descarto até o final do ano fazer algum tipo de reforma que possa diminuir o número de secretarias. Isso vai depender dos proximos meses", disse, enfatizando que Eduardo Campos já havia diminuído a estrutura do Estado em 2013 e que ele próprio fez outra mudança ao assumir o governo este ano.
Mais uma vez, o governador se mostrou preocupado com a situação do Estado já em 2016, porém disse que ainda não tinha conhecimento da declaração da presidente Dilma Rousseff (PT) de que o próximo ano não seria "maravilhoso". Ele disse que o Estado só terá condições de melhorar sua situação se o Brasil conseguir superar o que ele chamou de "crises política e econômica". "É preciso que o Brasil volte a crescer. Pernambuco não vai crescer sozinho. Ela (Dilma) tem que nos ajudar a melhorar. Ela tem um papel fundamental nisso", comentou.
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Paulo afirmou que as projeções econômicas a que tem acesso deixam os governistas pernambucanos preocupados. "As previsões não são boas. A previsão é de continuarmos em recessão, o que seria um fato inédito. A ultima vez que tivemos recessão por dois anos seguidos foi em 1930 e 1931. Estamos na possibilidade de entrar num momento complicado. A crise política ainda está sem resolução", disse.
A semana começou para o governador com uma reunião de cerca de cinco horas junto a todo o secretariado. Na ocasião, ficou definido que o Plano de Contigenciamento de Gastos (PCG), instituído em fevereiro, agora tem a meta de economizar R$ 920 milhões. Desse total, R$ 320 milhões foram estabelecidos no início do ano e mais R$ 600 milhões na reunião. De acordo com a Secretaria da Fazenda, até o momento, o governo estadual conseguiu economizar R$ 210 milhões com o custeio da máquina pública.