Pedaladas fiscais

Paulo Câmara espera agilidade do TCU em julgamento de contas de Dilma

Socialista também afirma que governo federal está no seu direito de questionar relator

Do JC Online
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Publicado em 05/10/2015 às 15:23
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Socialista também afirma que governo federal está no seu direito de questionar relator - FOTO: Guga Matos/JC Imagem
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O governador Paulo Câmara (PSB) pediu agilidade no julgamento de contas da presidente Dilma Rousseff (PT) pelo Tribunal de Contas da União (TCU). De acordo com o socialista, o adiamento do julgamento, solicitado pelos aliados da petista, prejudica a política brasileira. "É importante para o Brasil que haja essa definição, se as pedaladas estão corretas ou não estão. Medidas para protelar o julgamento são ruins para o Brasil, que está aguardando isso para que se tome providências. A gente espera que haja logo esse julgamento", disse pouco depois de participar de uma entrevista na Rádio Globo nesta segunda-feira (5).

Fora do ar, Paulo Câmara comentou o pedido dos aliados de Dilma para que o relator do processo, Augusto Nardes, seja substituído. O argumento dos governistas é de que ele concedeu declarações aos meios de comunicação antecipando seu voto pela reprovação das contas, o que é vedado por lei. "É uma estratégia jurídica de defesa, né? Se há questionamentos do relator, o governo está no seu direito de questionar. Agora, o julgamento do TCU é um fato inevitável", falou.

A oposição e até mesmo setores da base aliada de Dilma contam com a reprovação das contas para deflagrar o processo de impeachment de Dilma no Congresso. "A gente espera que haja logo esse julgamento e que isso possa ser avaliado no fórum político depois que seja avaliado no fórum do TCU", comentou o governador.

OPOSIÇÃO - Esta semana ou no mais tardar na próxima, o PSB deverá decidir se passará a ser, de forma oficial, oposição ao governo Dilma Rousseff. Paulo Câmara, que é o vice-presidente nacional da legenda, afirmou que seguirá o caminho escolhido pela maioria partidária. "Como dirigente, a gente espera que o partido se posicione. Não vai ser uma oposição irresponsável, não vamos defender pautas-bomba. Vamos ser uma oposiçao construtitva, caso seja esse caminho", afirmou.

De acordo com o governador, do ponto de vista administrativo, ele irá agir para que o diálogo com a presidente Dilma sempre ocorra. "Vou continuar tendo um bom relacionamento com Dilma, buscando fazer parcerias em favor da população", destacou. 

Paulo Câmara lembrou que o PSB apoiou a candidatura do deputado federal Julio Delgado (PSB-MG) para presidente da Câmara Federal e disse que é favorável às investigações relacionadas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Se há fatos novos, vamos atuar junto a nossa bancada para que ela cobre o desdobramento dessas denúncias, que sejam apuradas. Temos que ter respeito às instituições, pois um presidente da Câmara tem que estar isento", destacou.

A reforma ministerial feita pela presidente Dilma também recebeu comentários do governador, que disse torcer para que os novos ministros tenham condições de fazer um bom trabalho. Ele, no entanto, enfatizou que os resultados podem demorar a aparecer. "Toda mudança dá um período de maturação. A gente sabe que vai ter aí um prazo de 30, 60 dias para os ministros tomarem conta das coisas e vê que providências vão tomar.  O ministro da Saúde (Marcelo Castro, do PMDB-PI) tem um desafio muito grande de equacionar muito dos problemas, estamos com atraso de repasse de SUS, de falta de credenciamento de novos serviços", relatou. 


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