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Co-autora do pedido de impeachment assinado pelo jurista Helio Bicudo, a advogada Janaína Paschoal afirmou na manhã desta quarta-feira (21), em entrevista à Rádio Jornal, que não vê outra alternativa para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que não aceitar o texto que pede a deposição da presidente Dilma Rousseff (PT). Professora de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Janaína disse ainda entender que Cunha tenha interesse em demorar nessa decisão, por causa da sua situação pessoal, mas que ele não vai conseguir "enrolar muito mais" antes de decidir se acolhe ou não o processo de impeachment.
"O pedido está muito forte do ponto de vista dos fatos e do Direito. E eu não vejo alternativa para o presidente da Câmara senão aceitá-lo. Se a decisão for uma decisão técnica, jurídica e correta. Acho até que se o presidente rejeitar esse pedido, não der andamento a nossa denúncia, para mim vai ser uma demonstração de que ele está alinhado com o governo e que essas brigas que saem na imprensa não passam de teatro", afirmou a advogada.
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"Essa coisa de que ele não tem prazo também é um pouco exagerada. Eu acho que ele não vai conseguir, me desculpem, enrolar muito mais. Ele vai ter que tomar uma posição. Eu entendo que o presidente da Câmara tem interesse em demorar um pouco nessa decisão por causa da sua situação pessoal", disse. "Eu entendo que para ele é interessante demorar nessa decisão porque ele fica, de certa maneira, negociando com o governo, negociando com a oposição. Mas ele tem que pensar no povo brasileiro, ele tem que pensar nos netos dele, nos bisnetos dele. Eu acho que é uma hora de desprendimento dos interesses pessoais", completou.
DILMA 'EQUIVOCADA' - Janaína Paschoal também contestou a declaração da presidente Dilma de que o governo atual não está sendo investigado por corrupção e que a Petrobras enquanto empresa não estava envolvida nas investigações. Para a advogada, a petista está equivocada. "A presidente teria que rever o conceito que ela tem de governo. Porque essas pessoas que estão presas, ou que estão sendo investigadas, são muito próximas a presidente. Dizer que a Petrobras não está envolvida em problema? Meu Deus, como não?! Porque as diretorias, as licitações todas fraudadas, quem ia ganhar já tudo combinado...", defendeu.