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Ex-sócio de Eduardo Campos teria negociado propina de R$ 20 milhões, diz delator da Lava Jato

Aldo Guedes, ex-presidente da Copergás, era sócio de Eduardo Campos em uma fazenda e em uma agropecuária na cidade de Brejão

Paulo Veras
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Publicado em 23/10/2015 às 10:29
Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem
Aldo Guedes, ex-presidente da Copergás, era sócio de Eduardo Campos em uma fazenda e em uma agropecuária na cidade de Brejão - FOTO: Foto: Michele Souza/Acervo JC Imagem
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Em um depoimento prestado à Polícia Federal, o ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini, delator na Operação Lava Jato, afirmou que negociou com o ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) Aldo Guedes a doação de dinheiro para a campanha à reeleição do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2010. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23) pelo jornal O Estado de São Paulo. Aldo Guedes é casado com uma prima de Eduardo e era sócio do ex-governador em uma fazenda e em uma agropecuária na cidade de Brejão, no Agreste pernambucano.

Segundo o termo de colaboração assinado por Avancini, disponibilizado pelo Estadão, o encontro com Aldo Guedes teria ocorrido em um shopping em São Paulo. Na época, o então presidente da Camargo Corrêa, Antônio Miguel Marques, teria pedido que ele procurasse o empresário pernambucano para contribuir com a soma de R$ 20 milhões para a campanha do PSB em Pernambuco.

De acordo com Avancini, Aldo teria cobrado a "contribuição", afirmando que ela havia sido prometida pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, e que competia as empresas com contratos na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, honrar esse pedido. O executivo da Camargo Corrêa teria comunicado, então, que a empreiteira só poderia contribuir com R$ 12 milhões e que ainda iria estudar a forma como seria feito o repasse, o que, segundo o relato, teria deixado Aldo Guedes contrariado.

Na delação, Avancini conta ainda que a questão do repasse foi resolvida pelo então gerente do contrato da Rnest, Paulo Augusto Santos da Silva, que teria formalizado um contrato de R$ 8,7 milhões com a empresa Master Terraplanagem, que não executou nenhum serviço na refinaria. Em junho, já havia vindo a tona a informação de que Avancini disserá ter pago esse dinheiro para a campanha de Campos, mas o nome de Aldo Guedes não havia sido citado.

Ao JC, o advogado Ademar Rigueira, que representa o ex-presidente da Copergás, negou todas as acusações presentes na matéria. Ele disse que o ex-sócio de Eduardo Campos prestou um depoimento há dois meses em que informou nunca ter encontrado com Avancini e que nunca participou do comitê financeiro da campanha do ex-governador. "Aldo é uma pessoa pública, conhecida, era sócio de Eduardo, presidente da Copergás. O nome dele foi trazido porque ele é uma pessoa pública, mas ele nunca teve esse contato", afirmou Rigueira.

Em julho, Aldo Guedes deixou o comando da Copergás depois que a Polícia Federal cumpriu um mandado de buscas na casa dele, em meio à Operação Politeia, desdobramento da Lava Jato, que também teve como alvo o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Veja o termo de delação premiada divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo:

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