O governo estadual chega ao final de 2015 sem honrar o compromisso de convocar os aprovados no concurso da Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) realizado em 2014. Quando o atual presidente do órgão, Ettore Labanca, assumiu o posto, em agosto, declarou que a convocação, prevista ao longo de todo o ano, teria início em setembro. No entanto, a gestão Paulo Câmara (PSB) empurrou a contratação para 2016, com previsão para ocorrer em fevereiro.
“O mais importante foi feito, pois o concurso foi homologado. Ele passa a ter validade de dois anos e é prorrogável por mais dois”, defendeu Ettore Labanca. O presidente da Arpe destacou que a convocação está travada por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR) uma vez que Estado está impedido de ampliar seus gastos com a folha de pagamento. “Temos autonomia financeira, mas precisamos de um parecer da Procuradoria Geral do Estado para saber se de fato podemos fazer essas contratações”, explicou.
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Esse discurso também foi utilizado pelo governador em agosto ao justificar a demora na nomeação dos aprovados. A gestão estadual também não conseguiu cumprir a promessa de homologar o concurso no início de 2015 e em setembro e ele foi referendado apenas este mês durante a cerimônia de posse do Conselho Consultivo da Arpe.
Os concursados da Arpe chegaram a fazer um curso de capacitação no final de 2014, mas de lá para cá tiveram pouco a comemorar. “O governo criou expectativas na gente durante o ano. Não temos certeza se todos vão ser chamados em fevereiro ou apenas cinco ou dez. O governador disse que a homologação era uma questão de justiça, mas só temos ouvido promessas”, reclamou Norberta de Melo Silva, porta-voz dos aprovados.
A realização do concurso ocorreu após diversas recomendações do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que o governo estadual dotasse a Arpe de um quadro de pessoal efetivo para a melhor execução de suas tarefas. A agência tem a missão de definir tarifas e fiscalizar serviços de energia, saneamento, transporte, loterias, gás e as Organizações Sociais de Interesse Público (Oscips), mas esteve no meio de uma briga política nos últimos anos. O ex-presidente Roldão Joaquim (PDT) concluiu seu mandato de quatro anos brigado com o governo e acusou o Executivo de esvaziar a instituição.
De acordo com dados do governo, a Arpe possui apenas 26 servidores efetivos aos quais se somam servidores cedidos, contratados temporariamente ou comissionados. O concurso selecionou 70 candidatos, dos quais 35 foram classificados para o preenchimento das vagas. Desse total, dez são da área de Engenharia, cinco da área Jurídica, quatro da área de Contabilidade e 16 da área Geral contemplado graduações diversas - Administração, Comunicação Social, Engenharia, Ciências Contábeis, Direito, Ciências Econômicas e Tecnologia da Informação.